22.12.06

.filmes.

* Borat, 2006
Larry Charles


High Five!

Desde O Virgem de Quarenta Anos eu não via algo tão divertido. Borat mora no Casaquistão e decide fazer uma viagem aos EUA pra aprender qualquer coisa que possa ser útil aos habitantes da sua terra natal. Só que nosso amigo Borat é completamente sem-noção. Antes de sua viagem ele nos mostra onde mora e apresenta aos seus familiares e "amigos", ai já temos uma amostra de quantas risadas o filme proporcionará.


Quando ele chega ao seu destino tudo começa a ficar melhor e mais engraçado. Com seu terninho cinza e sua inocência(e sua semelhança fisica com Kramer, de Sienfeld), Borat vive momentos hilários. Qualquer coisa que ele faz é motivo de risada, até mesmo quando se apaixona.


O mais interessante é que ao mesmo tempo em que o filme funciona como comédia, ele não deixa de fazer certas críticas ao modo de vida americano, às diferenças culturais e também ao governo Bush, claro, sem soar panfletário, apenas irônico.

Nota: 86


* O Ilusionista, 2006
Neil Burger


Eis aqui aquele tipo de filme cuja história é boa e bem desenvolvida, mas que quando os créditos começam a aparecer já começamos a esquece-lo. Pois é, O Ilusionista é competente em muitos aspectos, mas sofre da ausência daquele algo mais, aquilo que é indispensável para um filme fazer alguma diferença e ser lembrado posteriormente.


Eisenheim é separado da sua amiga/namoradinha Sophie quando ambos eram jovens. O reencontro se dá muitos anos depois, quando ele já se tornara um mágico famoso e ela ja estava prometida para o futuro imperador. Apesar do romance batido: aquela velha história do casal-que-se-ama-mas-não-pode-ficar-junto, uma boa parte roteiro é focada nos truques de Eisenheim e nas reações que eles provocam nos espectadores dos seus shows, aliás, deixar a história de amor em segundo plano(pelo menos por um tempo) foi a coisa mais inteligente a se fazer.


Paul Giamatti é um dos poucos destaques. Com maestria, o ator consegue fazer do seu personagem, o Inspetor-chefe da polícia, alguém que é corrompido até certo ponto, mas que tenta fazer tudo para ser o mais justo possível. Ele nos passa a admiração que sente por Eisenheim, mas também nos faz acreditar que a qualquer momento é capaz de prender o mágico, se julgar necessário. De qualquer forma, a falta de originalidade prejudica demais O Ilusionista, que não passa de um filme meia-boca.

Nota: 65


* Abismo do Medo, 2006
Neil Marshall

Alguém mais também achou esse pôster parecido com uma memorável cena de Apocalypse Now?

Um bom terror é aquele que consegue transmitir a sensação de que nem o personagem principal conseguirá se salvar, e é isso o que acontece em O Abismo do Medo. O filme começa com um acidente fatal e 1 ano depois Sarah e suas amigas resolvem fazer uma viagem para explorar uma caverna na Escócia. O começo é um tanto rápido demais, mas nada que atrapalhe.


Uma vez na caverna tudo começa a dar errado. Nem precisaria ser um filme de terror para dar medo. Já bastava elas estarem perdidas numa caverna claustrofóbica e escura. Mas para ajudar existem seres -provavelmente inspirados no Gollum de Senhor dos Anéis- que habitam nas profundezas. Basicamente o filme é isso: 6 mulheres perseguidas por réplicas do Gollum, tentando encontrar uma saída. É interessante quando o filme explora essa atmosfera do medo, imposta pela escuridão da caverna e pelos barulinhos e vultos dos gollunzinhos. Mas ele fica um tanto sem graça quando as mulheres resolvem virar a Chun Li do Street Fighter e partir pra briga. Apesar dos monstrinhos darem medo e serem sanguinários eles são meio fracotes no mano a mano, oq me fez lembrar dos vampiros de Um Drink no Inferno.


Parece que existem dois finais, um tenso e outro mais ameno. Acho que vi o do final tenso, o que provavelmente contribuiu para que eu gostasse mais ainda do filme.

Nota: 79