28.12.07

i am legend

Hummm... Enquanto o filme trata de como enfrentar a solidão numa cidade grande pós-apocalipse ele é uma pequena obra-prima. A desolação de Nova Iorque chega até a ser agressiva, com arbustos/arvores nascendo nas ruas, que contam com a presença de veados e leões, um ambiente selvagem mesmo.

Eu particularmente sou fã de cenas que mostram uma cidade totalmente inabitada: Vanilla Sky, O Advogado do Diabo, Exterminio, O Dia Dos Mortos... todos esses filmes têm cenas assim, mas nenhum consegue ter o mesmo impacto que o Eu sou a lenda.Alias, esse filme é bem parecido com Exterminio, mais no roteiro do que na execução em si. O que é algo bom, eu diria, a diferença é que o final do filme de Danny Boyle se encaixa perfeitamente com tudo o que foi criado anteriormente, ao contrário de "Eu sou a Lenda", que se transforma num filme de ação com efeitos especias não muito bons, perdendo totalmente a força que por algum tempo ele teve. O final hollywoodiano também atrapalha bastante, mas isso já era esperado.

Will Smith consegue nos fazer acreditar que ele é a última pessoa na terra, e que está prestes a perder a sanidade, não fosse por uma rotina que ele se auto impõe, que inclui uma transmissão de rádio para tentar achar outra pessoa na mesma situação. Will não deve absolutamente nada a Tom Hanks quando fez Naufrago, alias acho que Will conseguiu ser mais intenso e verossimel ainda.

Mesmo com as falhas que eu citei, ainda sim é um filme bem acima de média, há umas três cenas excelentes, como aquela q ele está trancado na casa, dentro da banheira com Sam... só escutando os gritos dos zumbis-vampiros do lado de fora. Pois é, bem que o filme podia ter evitado de mostrar tanto os vampirões... seria muito melhor! Gostei também do ODE A BOB MARLEY. Roots rock reggae, sweet reggae music! Hahaha...fiquei uns 3 anos sem escutar reggae, o filme me deixou com vontade e é o que estou fazendo agora.Não sou de dar nota, mas eu daria uns 83... e eu acho que uma indicação pro Will Smith seria mais do que merecida, mas não vai acontecer

26.12.07

the man from earth

The Man From Earth, 2007
Jerome Bixby

Quando o filme acabou posso dizer que fiquei um tanto atônito com o que tinha acabado de ver. The Man From Earth é um filme de ficção científica que não possui nenhum efeito especial e seus cujos seus 90 minutos se passam no interior de uma sala como qualquer outra. A história é apenas um homem falando sobre sua vida para um grupo de pessoas. Mas não é qualquer vida. John Oldman afirma ter nascido há mais de 14 mil anos o que faz dele um verdadeiro homem das cavernas. A princípio os amigos de John levam tudo na brincadeira, mas de alguma forma começam a ficar um tanto quanto enfeitiçados com o que ele diz. Os amigos dele são 4 homens da ciência, um arqueólogo, um professor de biologia, um professor de história(acredito eu) e um psiquiatra, alem de uma cristã fervorosa. Os amigos começam a fazer perguntas a John que vai respondendo uma a uma, intrigando tanto eles, quanto ao público.

As possibilidades parecem infinitas, o conteudo filósofico do filme é bem rico, assim como a explicação para acontecimentos chaves da história da humanidade. O filme pode provocar a ira de certas pessoas, que não admitem ver suas crenças serem contestadas, mas que não pensam duas vezes antes de contestar os que acreditam em algo diferente deles.

A idéia do final é muito boa, mas ela não é executada da maneira correta. Parece que foi feita na pressa, o que acabou atrapalhando o resultado final.

De qualquer forma, é um daqueles tipos de filme que propiciam várias discussões, com argumentos infindáveis, o que é sempre algo bem vindo.

24.12.07

transformers

Transformers, 2007
Michael Bay

O bom de assistir um filme tendo expectativas bem baixas é que ele dificilmente vai ser pior do que você imagina, podendo até supreender positivamente, e é isso o que aconteceu com Transformers. Fui assistir meio sem vontade, devido algumas críticas que li, que não mediram esforços em meter o pau, mas acabei gostando muito, apesar de certas falhas.

Para inicio de conversa, Transformers é uma piração. Não dá para avaliar o filme buscando um mar de verossimilhança ou esperando um filme de ficção científica nos moldes de um Solaris, Doze Macacos, etc.

Os pontos fortes de Transformers são suficientes para mascarar os problemas e fazer dele o melhor filme de ação do ano disparado. Primeiramente, o ator Shia LaBeouf é fantástico para o papel. Ele tem um carisma gigantesco e sabe tirar um humor convincente de situações tensas. Ele é praticamente uma versão moderna de Marty McFly e Ferris Buller, o que com certeza é sempre positivo. A adição de atrizes gostosas cuja personagem seja minimamente plausivel, como Megan Fox, servindo quase que apenas para atiçar o público masculino é algo bem-vindo... mas é forçado colocar uma atriz como Rachael Taylor interpretando uma hacker capaz de identificar uma invasão vinda de outro mundo. Mas ok.

Outro destaque fica pelos efeitos visuais. Wow. Michael Bay sabe mesmo explodir coisas. As cenas envolvendo os robos do bem e os robos do mal são incríveis, de tirar o folego mesmo. Eu particularmente sou fã das cameras lentas em cenas de ação, não sei por que certos criticos vivem reclamando disso, dizendo que não adiciona nada a trama e etc! Bah, é so uma forma de deixar tudo mais interessante.

Apesar de ter um excelente protagonista com belas cenas de ação, tudo temperado com um humor inspirado e inusitado, existem certos problemas que não permitem que Transformers possa ser considerado um grande filme.

Michael Bay tinha um material de primeira na mão, ele poderia ter feito algo grandioso, mas não foi o que aconteceu. Ele se encantou com a possibilidade de criar cenas de explosões e combate, se preocupou demais em tornar o filme um épico e acabou não centrando no ponto mais interessante, que é justamente a relação entre o pia do filme com o seu robo guardião, o tal do Bumblebee. A relação maquina x homens deveria e poderia facilmente ter sido melhor explorada.

Como falei, as cenas de ação são realmente boas, incriveis, mas em certos momentos há um exagero de detalhes que pode afetar nossos sentidos. Comparando com música, Transformers as vezes parece uma banda de black metal, é muito barulho, realmente complicado.

Outro erro, esse dos roteiristas, é o exagero de sub-tramas. O filme deveria ter só duas: Pia e seu robô e autobots x robos do mal. Mas não, tem uns caras do exército e uns hackers. Passar de uma cena empolgante do pia e Bumblebee para uma dos soldados americanos enfrentando um robo-escorpião é totalmente quebra clima, da mesma forma que acontecia em Senhor dos Anéis, no meio da batalha do abismo de Helm cortava para uma cena mais amena... E o pior é que esses personagens são mal apresentados, são mal desenvolvidos e tem suas histórias mal acabadas.

De qualquer forma, vale muito a pena. O melhor momento do filme envolve um robo e um cachorro drogado. Risadas garantidas.

23.12.07

shaun of the dead

Shaun of the Dead, 2004
Edgar Wright

O Brasil provavelmente é o pais que menos sabe lidar com o cinema no mundo inteiro. Tanto na criação de seus próprios - que na sua grande maioria é uma grande merda -, como na distribuição de filmes de fora. É só pensar nos vários titulos nacionais ridiculos ou nos famosos subtitulos, que conseguem ser piores ainda. Alem de péssimos trabalhos de legendas.

Shaun of the Dead é mais um filme acima da média que sofreu desse mal. Eu pelo menos nunca tinha ouvido falar dele e olha que sou um fã de filmes cujos personagens principais se transformam em mortos-vivos. Pra vocês(cá estou achando que alguém vai ler isso) perceberem como tá a situação é só tentar procurar em algum site como o ADOROCINEMA algo sobre o filme Todo Mundo Morto(é... tradução mais do que tosca).

Pois bem, o fato é que descobri "Shaun of the Dead" graças a "Hot Fuzz", que também me impressionou positivamente. Existem várias relações entre esses dois filmes, como o diretor Edgar Wright, os atores principais e certos detalhes que estão presentes em ambos, por exemplo desejo que o mesmo ator nos dois filmes possui pelo sorvete CORNETO e por aí vai.

Falando sobre o filme em si: Tudo começa com Shaun. Mais um cidadão comum numa cidade grande. Edgar Wright faz uma critica temperada com um humor nos moldes ingleses da rotina vivida por grande parte das pessoas. Seja a rotina num relacionamento ou no próprio trabalho. Shaun e Liz namoram a um bom tempo mas tudo o que eles fazem a ir a um pub meia-boca chamado Winchester. Liz quer algo novo, algo diferente... bem, é isso o que ela vai ter quando os ZUMBIS começarem a pipocar em todos os cantos da cinzenta Londres.

É incrivel a cena de Shaun acordando e indo para sua rotina diária sem perceber que a cidade está um caos, com os zumbis tomando conta. É engraçada a primeira vista, mas ela nos mostra alguém que está tão acostumado a fazer a mesma coisa que acaba não percebendo certas mudanças. Isso também tem a ver com o grande isolamento social que acontece principalmente em cidades europeias, onde as pessoas preferem ficar fechadas no seu mundo particular.

O filme está cheio de piadas envolvendo clichês de filmes de zumbis. Essas piadas provavelmente vão ter mais graça para quem conhece os trabalhos de George Romero. Alias, esse é o primeiro filme de zumbis no qual uma personagem fala essa palavra: Zumbi!!! E pra ficar mais engraçado ainda, logo na sequência ela é repreendida: Dont say the Z word! Hah!

Simon Pegg se mostra um ator extremamente competente e versátil. Ele tem um timming cômico perfeito. Ele não parece preocupado em fazer o público rir em todos os momentos. Geralmente há mais graça quando ele não está tentando ser engraçado e sim tentando contornar certas situações, como esquecer de reservar um lugar num restaurante chique.

Shaun of the Dead começa perfeito mas vai perdendo força aos poucos. As referências a um "Drink no Inferno" e principalmente "A Noite dos Mortos Vivos" acabam enchendo um pouco o saco num dado momento. Há outro fato que eu ainda não sei se é bom ou se é ruim, mas parece que o filme não se decide se quer ser uma comédia ou um horror/terror. Acho que esse um novo gênero: Horror engraçado. Piada sem graça. Ao contrário de 50% do filme que garante muitas risadas.

E no final temos mais uma critica social afiada, fechando com chave de ouro esse belo filme que tinha potencial para ser melhor. Não sei como, nao sei o muito bem o que está errado, mas... que dava pra melhorar dava.

20.12.07

harry potter 5 e SUPERBAD

harry potter e a ordem da fênix
quando eu havia lido o livro lembro-me de não ter gostado muito. o pouco encanto que eu tinha com harry potter jah estava perdendo força naquela época. agora quando vi o filme gostei menos ainda. claro, tecnicamente tudo é MUITO bem feito. os figurinos, o som, a fotografia, os efeitos especiais, tudo de primeira... mas infelizmente essas coisas não são capazes de segurar uma história chata, um tanto capenga, que basicamente vai do nada a lugar nenhum.

esse lance de LORD VOLDEMORT voltou é meio bizarro pra mim. ele apareceu em todos os ofilmes até agora e em todos dizem: eu não acredito q ele está de volta. MAS QUE PORRA É CLARO Q ELE VOLTOU... o filme se resume a isso, a essa dúvida mortal que jah tinha sido respondida antes...

sei lá, nem tem absolutamente nada novo, nenhuma revelação que tenha importancia. não tem enredo, não tem nada. decepção total.


superbad
CARALHO! que filme fantástico. nunca tinha ouvido falar dele e por isso minha surpresa foi enorme. fazia tempo q eu não via algo que retratase tão bem a saida da adolescencia e a entrada no periodo do quase-adulto.

seth e evan não são os caras mais "cool" do colégio e eles meio q decidem mudar um pouco isso prometendo algo que eles estão meio distantes de cumprir. mas não vão medir forças para tentar conseguir.

os dialogos são provavelmente a melhor coisa do filme, sempre alguma coisa engraçada, interessante... outro ponto positivo, foi a forma como o filme conseguiu retratar a amizade entre dois jovens... fazia tempo q eu nao via algo tão verdadeiro na tela.

18.12.07

hot fuzz

Após o primeiro minuto de Hot Fuzz eu já tinha certeza de que iria gostar do filme. Isso pq o inicio me fez lembrar muito dos bons filmes de Guy Ritchie, - no caso, Snatch: Porcos e Diamantes e Jogos, trapaços e dois canos fumegantes - isso devido ao fato do filme ser ambientado na inglaterra e de contar com uma apresentação do personagem bem estilosa.

Parecer com o bom Guy Ritchie seria uma coisa boa, mas melhor seria que Hot Fuzz tivesse um estilo próprio e assim ganhasse vida. E foi isso oq aconteceu.

A história é bem interessante. Um policial fodão de londres, sempre preocupado em servir e proteger, consegue prender VÁRIOS bandidos, mas são tantos que resolvem promove-lo a sargento, mas ao mesmo tempo muda-lo de area de atuação. Mandam ele para uma cidadezinha do campo que é conhecida por ter a menor taxa de crime de toda a inglaterra.

A contra gosto ele vai para a cidade e logo quando chega já tenta mostrar serviço. A primeira cena dele na cidade é hilária e envolve menores de idade em um PUB.

O filme segue cada vez mais interessante, com crimes misteriosos acontecendo e com os policiais tendo que entrar em serviço. Há uma surpresa um tanto quanto nonsense, mas muito divertida.

Existem umas 3 cenas um tanto violentas, que são basicamente um semi-gore, mas elas podem ser encaradas como um tipo de humor negro e podem provocar risadas.

Enfim, nao sei oq escrever alem disso, mas eh isso fera. Aquele abraço.

12.12.07

morte no funeral de frank oz

Morte no Funeral, 2007
Frank Oz

Frank Oz é mais conhecido como a voz de YODA do que qualquer outra coisa. Como diretor ele jamais foi capaz de fazer um grande filme. Talvez por suas limitações técnicas ou talvez por medo de arriscar. O fato é que com Morte no Funeral ele finalmente conseguiu realizar algo que mereça ser comentado e lembrado, pelo menos por um tempo.

Morte no Funeral começa de uma forma original e divertida já nos seus créditos , em que acompanhamos uma animação de um caixão se movendo por ruas, como se fosse um carro, até chegar em uma casa.

Já na primeira situação temos uma boa ideia de como Frank Oz vai conseguir, na maior parte do filme, extrair humor de uma situação que trás mais sofrimento do que alegria sem soar desrespeitoso ou exagerado. A maioria das cenas engraçadas seguem no tom dessa primeira, mas existem uma ou outra em que o humor se torna mais escrachado e um pouco agressivo, mas nada que incomode, já que as risadas são garantidas.

Há um clima light bem natural que está por todo o filme e isso garante nosso envolvimento com a história e com os personagens, e ai começamos a rir e nos divertir com todas as situações. Como no começo, em que somos apresentados aos personagens e suas próprias sub-tramas assim como pequenos detalhes que cercam um enterro, e que quando vistos na telona podem render bons momentos de humor: Discussões entre dois irmãos para decidir oq fazer com a mãe, após a perda do marido, e também para ver quem vai pagar pelo funeral. O trabalho de dois personagens para irem pegar o TIO ALFIE e posteriormente encontrar vaga para estacionar. A presença de um anão misterioso no velório ou o consumo, por engano, de um alucinógeno por um personagem, algo que vai render os melhores momentos do filme, graças a excelente atuação de Alan Tudyk.

No fim temos uma história que diverte muito, provavelmente é o filme mais engraçado do ano até aqui. Uma boa surpresa pra mim.

3.12.07

É CAMPEÃO

- Finalmente o Coritiba está devolta a série A e ainda por cima sendo campeão brasileiro da série B, um título que ainda faltava para a sala de trófeus.

- Mas não foi fácil ser campeão. Não foi pq o time não quis. A diferença pro segundo colocado era de 9 pontos e ela foi diminuindo, diminuindo, até o Ipatinga chegar na última rodada com uma grande chance de passar na frente do coxa. Mas não deu pra eles.

- Foram vários jogos importantes nessa trajetória, vou tentar me lembrar de alguns.

- Coritiba 0 x 1 São Caetano
Um jogo horrível. Um dos piores jogos do Coritiba no campeonato. O São Caetano dominou facilmente o meio campo com Gleidson, Ademir Sopa e Athos. Não lembro nenhum jogador coxa que se salvou, mas foi um jogo importante pois marcou a saída de Guilherme Macuglia e o início da volta para a série A.

- Coritiba 2 x 1 Brasiliense
Estreia com vitória de Renê Simões. Naquela época o Brasiliense era mais time que o Coxa, mas mesmo assim, com o apoio da torcida e com muita raça dos jogadores o time venceu e começou ganhar corpo. No final foi um sofrimento. O Brasiliense chegava muito fácil na area coxa, principalmente com Adrianinho, que entrou inspirado naquele dia. Mas embaixo das traves havia Edson Bastos, que fez duas boas defesas.

- Coritiba 4 x 1 Barueiri
O segundo melhor jogo do coxa no campeonato. O time começou perdendo, mas a virada era certa, pois estava jogando muito melhor. Destaque para o Anderson Lima que fez três gols de falta (só que um deles o juiz não viu q a bola ultrapassou a linha).

- Coritiba 2 x 1 Ponte Preta
Um dos jogos mais emocionantes do campeonato. Choveu o dia inteiro e o campo estava totalmente encharcado. Era impossível os times conseguiram tocar a bola decentemente. Então quem fizesse o gol primeiro provavelmente venceria o jogo. A Ponte fez o gol aos 11, com o Heverton e o placar ficou assim até o final do segundo tempo. Eu já havia perdido a esperança de que o coxa conseguisse ao menos empatar, mas aos 40 do segundo tempo Henrique, com muita raça, conseguiu fazer 1. A virada parecia impossivel, mas aos 45 Keirrison aproveitou um cruzamento e mandou pras redes, pra delirio 6.800 coxas brancas de verdade que foram ao estádio naquela fria e chuvosa noite de terça feira.

- Marilia 0 x 2 Coritiba
O Coritiba vinha conseguido segurar bem o empate, os jogadores faziam uma marcação forte, havia momentos em q 3 coxas cercavam 1 jogador do marilia, demonstrando a raça que marcou bastante esse time. Ai Renê resolve colocar Henrique Dias que faz 2 belos gols e ajudou a trazer uma vitória um tanto inesperado para Curitiba.

- Brasiliense 0 x 1 Coritiba
Não tinha como o time não subir depois de vencer esse jogo. Foi um jogo de igual para igual, mas as oportunidades mais perigosas foram do Brasiliense, só que Edson Bastos fez defesas incrivéis, garantindo o zero do placar. Aos 47 Anderson Lima bate uma falta ensaiada e deixa Túlio na frente do gol pra abrir o placar. Aos 48 Edson Bastos operou mais um milagre e garantiu a vitória.

- Coritiba 1 x 0 Ipatinga
28 mil pessoas no Couto Pereira presenciaram algo que aconteceu pela primeira vez por aqui. Um jogador teve q bater o mesmo penalti 4 vezes. Sim, Anderson Lima batia, o goleiro se adiantava e pegava. Na terceira cobrança ele se adiantou e no rebote Anderson Lima fez o gol, mas mesmo assim o juiz mandou voltar. Mostrando muita coragem e assumindo a responsabilidade o capitão coxa foi para a quarta cobrança e finalmente fez o gol.

- Coritiba 1 x 0 Criciuma
36 mil pessoas viram o Coritiba vencer o vice lider até então, de uma forma tranquila. O Criciuma não levou perigo ao coxa em praticamente nenhum momento. Foi o jogo que marcou a estreia de uma das camisetas do coxa mais bonita q eu já vi.

- Coritiba 2 x 2 Vitória
Não foi lá um grande jogo, mas marcou a subida pra série A, mas isso só com a derrota do Criciuma para o Santo André, em santa catarina.

- Coritiba 2 x 0 Portuguesa
O melhor jogo do coxa no campeonato. A Portuguesa vinha com muito moral dps de uma goleada em cima do Barueiri e o coxa tava meio mal das pernas dps de perder pro Avai. Mas os jogadores conseguiram se superar e colocoram a portuguesa no bolso. A Portuguesa não fez praticamente nada. O coxa tocava muito bem a bola e levava muito perigo pro goleiro adversário, mesmo com a expulsão de IVO o jogo continuou da mesma forma. O titulo estava próximo, bastava ganhar o próximo jogo, mas...

- Coritiba 2 x 3 Marilia
quase 44 mil pessoas no estádio. Record da série B e do futebol paranaense desde 2003, acredito eu. foi uma decepção. uma das maiores decepções que eu já tive no futebol. o marilia simplesmente acabou com o coxa. depois desse jogo eu já nem me importava mais com o titulo, pq pra mim tinha q ter vencido ali.

- Santa Cruz 2 x 3 Coritiba
se o coritiba vencesse, seria campeão. se empatasse ou perdesse tinha q torcer pro ipatinga não ganhar.
no fim do primeiro tempo dos dois jogos tava uma beleza. coxa ganhando e ipatinga empatando. eu até não tava me importando mais, nem ligava... tava muito decepcionado por causa do jogo com o marilia. nem iria comemorar esse titulo. até que tudo começou a mudar.
o ipatinga fez um gol atras do outro, o que obrigava o coxa a ganhar o jogo. comecei a ficar um pouco apreensivo. ai o santa cruz empatou aos 15 e virou aos 36. pensei, pronto. agora fudeu. fiquei extremamente puto, xingando mentalmente quase todos os jogadores. ai comecei a dar valor pro titulo q eu tinha desdenhado. já tava quase desligando a televisão mas resisti.
tudo parecia perdido. até que... dois jogadores começam a fazer a diferença.
aos 42 caico lançou uma bola q henrique dias consegue cruzar um poquinho antes dela sair pela linha de fundo... a bola encontra a cabeça de Keirrison e vai morrer dentro do gol. sem balançar as redes. tudo dificil.
havia pouco tempo, mas as esperanças tinham se renovado.
aos 47, faltando 2 minutos pro final do jogo, a bola chega aos pés de caico na ponta area adversária. ele dribla o zagueiro e cruza. cara a cara com goleiro, mas com dificuldades, henrique dias manda para o gol, mas o goleiro defende... só q a bola sobra pra ele mesmo, q já está caido no chão. antes q a bola chegasse aos pés de henrique dias, edmilson, como um touro, se atira em cima do goleiro do santa cruz, tendo assim a sua melhor participação do ano como jogador do coritiba, jah que esse ato foi essencial para impedir que o goleiro fizesse a defesa do chute de um henrique dias caido, de carrinho, que foi morrer vagarosamente no canto do gol.
explosão alviverde. lágrimas, suor, gritos e redenção. melhor assim.

19.11.07

duas coisas...

1
Apesar de pecar pela falta de originalidade, tanto em termos de história, como em se tratando do personagem principal, Antes Só do Que Mal Casado é um bom filme, que consegue fazer rir. Eu digo que o personagem principal não é muito original pq já vimos esse tipo diversas vezes, tanto em filmes como em livros. Aqui estamos diante de um homem que está com 40 anos e nunca foi capaz de se casar. Isso é uma pequena variação de algo como: Um homem que tem 40 anos e nunca foi capaz de transar ou um homem que tem 20 anos e não consegue ficar com a mesma mulher por mais de uma semana e assim vai. Apesar disso, esse personagem é muito bem interpratado por Ben Stiller, que tem um timming cômico preciso.

O fato é que ele resolve se casar com a primeira mulher que lhe dá a chance e aos poucos ele vai descobrindo que provavelmente não fez a escolha certa.

São varias cenas engraçadas, com vários tipos de humor. Tanto o humor pastelão-espalhafatoso num estilo os três patetas um pouco mais refinado, como aquele humor nas entrelinhas, percebido pelo público que presta mais atenção aos dialogos. A história toma várias rumos, como um inevitavel passeio pelo conto de fadas, naquele lance de: opa, achei a mulher da minha vida e outros cliches do tipo, mas há tb uma certa passagem inesperada, envolvendo a fronteira EUA-MÉXICO, que arranca boas risadas devido as circunstâncias.

O que incomoda são as repetições de certas piadas, como aquela que alguém diz algo em tom sério e depois diz que está brincando(isso não tem graça uma vez, imagina umas 4...) e tb certos dialogos que foram feitos para ser sérios, mas que ficam totalmente mal encaixados e dificeis de serem proferidos por alguém na vida real.

No final das contas, acho que houve um equilibrio e considero esse filme um dos mais engraçados do ano. Pode não acrescentar nada em termos de criatividade, mas é um passatempo mais do que recomendado.

2.11.07

Tim Festival 2007

31 de outubro de 2007, o dia que The Killers e Arctic Monkeys tocaram em Curitiba!

Bom, vou relatar aqui o que aconteceu ontem no Tim Festival de Curitiba, para daqui um tempo ler isso e nostalgicamente me lembrar dos fatos.


- Fila
O show do Hot Chip tava marcado pra começar as 19:00, então achei que chegando na Pedreira lá por 18 e pouco conseguiria ve-los. Me enganei. 18:20 e a fila estava quilométrica! Alem de estar gigante, quase dando a volta na quadra da Pedreira, ela não andava quase nada. Paciência, o jeito foi entrar nela e esperar. Para distrair, uma cervejinha aqui, outra ali... observar a grande quantidade de pessoas bizarras, carros da ROTAM passando, um policial nervosinho e por ai vai.
Outra coisa para se fazer na fila era olhar pro céu e ter quase a certeza que uma chuva forte logo iria cair. Vendedores de capa estavam por ali: "OLHA A CAPA, 5 REAIS, QDO TIVER CHOVENDO É DEZ!" Eu iria comprar capa se tivesse com grana, mas já tava sem. O jeito era torcer.

Com passos pequenos a fila começava a andar e surpreendemente as nuves foram se dispersando.

20:20 finalmente conseguimos entrar na pedreira. Descobri que perdi o show inteiro do Hot Chip, que parece q foi legal. Depois de uns 10 minutos ELA chegou.

- Bjork, a contagiante!
O show da Bjork começou MUITO bem com Earth Intruders, com uma batida empolgante e com a Bjork fazendo quase de tudo no palco, motivando a galera a pular. Pena que o resto do show não foi tão legal, com exceção de uma ou outra música, como Joga. Mas o final foi MUITO BOM, um dos melhores momentos da noite, provavelmente. A música Declare Independence fica excelente ao vivo, ainda mais com todo o clima circense do palco, com chuva de papel picado e tudo. Valeu a pena o show.

- Makakitos timidos
É inegável que os Arctic Monkeys tocam muito bem ao vivo, e bem alto também. Mas eu achei que faltou um pouquinho de sal. Não sei se é pq o show foi muito rápido, ou pq nosso amigo Alex Turner fica mais paradão do que agitando. Mas de qualquer forma, deu pra empolgar bastante, principalmente com Fluorescent Adolescent, I Bet You Look Good on the Dancefloor, e minha preferida deles, fechando o show: A Certain Romance.

- Perfeição matadora
O palco estava sendo montando e a ansiedade para ver os The Killers aumentava. Consegui pegar um lugar bem bom, perto do palco, ia ficar cara a cara com o Brandon Flowers... o jeito era esperar. Esperar e descansar um pouco, pq eu estava podre, com fome e com dor de cabeça, mas não tinha problema.

Umas imagens do cd Sams towns começaram a aparecer nos telões, e uma musica de fundo começou a tocar até q...

Eu vi umas sombras saindo de tras do palco e BUM. Chegaram! Brandon Flowers entrou com tudo, agitando demais, estiloso pra cacete, e mandou ver a musica SAMS TOWN. Incrivelmente, e sem exagero, só essa música foi melhor q o show do arctic inteiro, e isso me deixou mais ansioso pro resto que estava por vir...

Brandon sabe ser um excelente frontman. O cara tem as manhas. As vezes ele lembra o Freddy Mercury, também pelo bigode. As vezes o Bruce Dickinson, pq corre de um lado pra outro q nem um louco.

O fato é q era um hit foda atras de hit foda.

A galera se empolgou bastante com SOMEBODY TOLD ME, eu curti bastante ela ao vivo, bem melhor do que a versão de estudio, q nao sou muito fã.

E depois vieram classicos como Mr. Brightside, Smile Like you Mean It... e as fantasticas read my mind, bones e for reasons unknow...

O único ponto fraco acabou sendo Uncle Johnny, q nem ao vivo conseguiu me agradar.

E o fim apoteotico com ALL THESE THINS THAT I´VE DONE, q é uma das minhas musicas preferidas de todos os tempos.

Um festival excelente, com um show animal de uma banda que está cada vez melhor e que vai ficar eternizado na memória dos q foram na pedreira.

15.7.07

sobe ou não sobe?

Eu acho que o Coritiba sobe sim. Até agora o time não apresentou um futebol convincente, mas apesar de tudo, vem conseguindo se manter na zona de classificação. O que me faz acreditar no acesso são duas coisas: o fato que o time está jogando várias vezes duas partidas seguidas fora de casa sem dar vexame e em alguns bons valores individuais, como Edson Bastos, Henrique, Gustavo e Anderson Lima. Esses quatro jogadores vem jogando bem em quase todos os jogos. Edson tem fechado o gol em muitas ocasiões. Anderson Lima usa de sua experiência e decide muitos jogos em cobranças de faltas certeiras, além de chamar a responsabilidade nas penalidades máximas. Henrique é um gigante, marca muito bem e ainda sabe sair jogando. Gustavo é o jogador mais raçudo do time, ele não deixa o zagueiro adversário em paz, rouba várias bolas e tem uma incrivel presença dentro da area, principalmente nas jogadas aereas.

Ainda espero muita coisa de jogadores como Marlos e Anderson Gomes, q são os mais talentosos dessa última safra coxa.

Pra mim o time ideal é esse:

Bastos

Anderson Lima
Leandro
Henrique
Douglas Silva

Careca
Mancha
Pedro Ken
Marlos

Anderson Gomes
Gustavo

Ainda tenho que ver o Gilberto Flores jogando com a camisa alvivere, mas foi um grande jogador no campeonato paranaense, pelo ACP. Ah sim... e se o Caio voltar a ser de 2005 ele rouba a vaga do PK no meu time.

Aguardemos.

29.6.07

zoooooooombieeeeeeeeeessss

O Dia dos Mortos, 1985
George A. Romero

Quando se fala em filmes de zumbis é natural que o nome que venha a nossa mente seja de George A. Romero. Ele é o autor da clássica trilogia que se inicia com A Noite dos Mortos Vivos, passa por O Despertar dos Mortos (meu preferido) e termina com O Dia dos Mortos. Hoje em dia o gênero ganhou uma nova e interessante cara, com o o bom Terra dos Mortos e os excelentes Extermínio e A Madrugada dos Mortos(que é um remake de "o despertar dos mortos").

O Dia dos Mortos é o projeto mais ambicioso do diretor, pois ele tenta humanizar os zumbis e animalizar o homem. Com sucesso! O filme começa com um tipo de cena que sempre me causa arrepios: Uma pessoa ou um grupo de pessoas se depara com uma cidade grande totalmente vazia. Me lembro desse tipo de cena em filmes como Vanilla Sky, Advogado do Diabo e Extermínio. Em O Dia dos Mortos 4 pessoas sobrevoam uma cidade dentro de um helicóptero em busca de um ser vivo mas, só encontram o vazio e o silêncio. Até que lentamente uma sombra começa a se mover e logo um belo exemplar dos nossos queridos mortos-vivos aparece. Depois aparece outro e outro e outro... Aliás, foi uma bela forma de mostrar toda a competência dos responsáveis pela maquiagem, que é um dos pontos fortes do filme.

Somos apresentados a um grupo formado por cientistas e militares. Eles estão escondidos num bunker subterrâneo com o objetivo de fazer um estudo antropológico com os zumbis, para entende-los e apartir disso conseguir bolar uma maneira para derrota-los. Só que esse grupo não é muito heterogêneo, o que tornam escassas as chances dos experimentos darem certo.

Eu nunca tinha visto um filme que almejasse compreender, de fato, os zumbis. Aqui eles não são apenas maquinas de matar em busca de miolos. Eles têm um minimo de raciocínio, nem que seja apenas por instinto. É interessante essa idéia de dar "vida" aos mortos-vivos. Graças a isso, conseguimos encontrar carisma num dos zumbis e passamos a torcer para ele numa situação.

Os militares não reagem bem a nada que acontece. Ai me pergunto, será q eles já eram loucos assim ou toda a situação(a terra dominada pelos rejeitados pelo inferno) os fez chegar em seus limites? Pena que não há um aprofundamento nos personagens para que esse tipo de questão pudesse ser respondida.

Apesar de todo esse lado sci-fi, O Dia dos Mortos é sim um filme de terror, que caminha pelo trash e também pelo gore, com cenas absolutamente sangrentas, que em 1985 com certeza tinham o poder de fazer as pessoas desviarem o olhar da tela.

O final acaba decepcionando pois muitas coisas ficam no ar(eu sei que esse era propósito, mas não creio q fosse o mais certo a se fazer) mas, não nego que a cena final possui uma certa melancolia sombriamente bonita.




Nota: 79

25.6.07

Fantasmas da Guerra, 2006
Su-chang Kong

O cinema coreano vem evoluindo ano a ano, mas Fantasmas da Guerra, apesar de ser decente, não retrata essa evolução. Temos aqui um filme com uma idéia promissora, misturando dois gêneros de uma forma original: Guerra e Terror. Final da guerra do Vietnã. Alguns soldados coreanos são enviados para um local chamado R-POINT, com a missão de resgatar outros soldados que aparentemente sumiram!

Chegando no local, eles percebem que há algo de errado. Fantasmas? (eh so ver o titulo, duh...)

O diretor tenta, mas não consegue criar um clima de tensão e medo satisfatórios. O que realmente não colabora para o sucesso do filme, já q ele almeja assustar... no final das contas fica díficil até mesmo sentir medo pelos personagens.

É meio irritante a utilização-cliche de flashbacks pra explicar coisas que são bem óbvias, coisas que aconteceram 30 minutos antes... a maioria dos diretores acha q o povo que ve os filme são meio ignorantes, normal... O final é um tanto decepcionante, ele tenta ser surpreendente, mas acaba sendo forçado, já q não há qualquer tipo de pista no decorrer do filme que faça com que ele faça sentido de fato.Pelo menos a produção eh competente, tecnicamente merece aplausos, mas faltou muita coisa pra ser um bom filme.





Nota: 53

1.6.07

piratassss

Piratas do Caribe - No Fim do Mundo, 2006
Gore Verbinski

Piratas do Caribe é uma idéia que deu certo, não dá para negar. Os dois primeiros filmes foram uma quase perfeita mistura de humor, ação, boas interpretações e histórias no minímo divertidas. Agora, o que eu também não posso negar é que foi realmente cansativo aguentar as quase três horas de Piratas do Caribe - No Fim do Mundo. Eu estava com a maior da boa vontade quando comecei a assistir, pq assim como a maioria dos viventes, admiro um filme que me faça rir e seja repleto de ação de qualidade - e era isso que eu esperava dele. Até tive um pouco do que queria, mas não o suficiente para eu efetivamente gostar do que eu vi.

Pra ínicio de conversa, creio que não era necessário fazer um filme tão longo! Praticamente duas horas e cinquenta minutos. Não teria o menor problema essa duração, se tivessemos uma história interessante, mas não é o que acontece. O roteiro é exagerado em revelações, reviravoltas e sub-tramas, de um jeito que me fez desistir de tentar entender os motivos que levavam a certas coisas a acontecerem, se não eu ficaria louco. Me concentrei apenas nos personagens, na maquiagem e nos efeitos visuais.

Jack Sparrow, novamente, é a alma do filme. Johnny Depp continua excelente interpretando o pirata mais interessante do cinema moderno. Geoffrey Rush tb está bem no papel de Barbossa. Já Orlando Bloom e Keira Knightley tentam, mas não conseguem se destacar.

Há uma cena em particular que quase faz tudo valer a pena. É bem no final, quando um navio é destruido. Ali Gore Verbinski mostra toda sua habilidade, conduzindo uma cena de ação em câmera lenta de fazer arrepiar.

Se o filme tivesse duas horas e uma história menos truncada, deixaria uma impressão de que há fôlego para que a franquia continue. Mas o que ele acabou deixando, pelo menos em mim, foi uma leve dor de cabeça.

Nota: 48

30.5.07

pra não deixar o blog morrer! ganhando uma sobrevida...

Sou fã do diretor Terry Gilliam graças ao filme Os Doze Macacos, que é um dos meus preferidos, e também pela sua partição no grupo de humor Monty Python. Resolvi assistir ao amado por uns e odiado por muitos Medo e Delirio. Depois de quase duas horas perdidas me incluo no segundo grupo.

O filme tem uma história fragil. Tão frágil que parece não existir. Na verdade ele é um amontoado de situações repetitivas, ambientadas em cenários grotescos e sujos, em que dois sujeitos disputam um campeonato para ver quem consegue usar mais tipos drogas e ficar o mais chapado possível. Tem uma ou outra cena engraçada, graças a Benicio Del Toro e principalmente Johnny Depp, mas só isso não basta para fazer com o que o filme tenha algum sentido em ter sido feito.

Medo e Delirio não é um filme que toma uma posição em relação ao uso das drogas. Ele não mostra os prazeres momentaneos que elas geram, e nem todos os problemas relacionado a elas -algo feito com extrema qualidade em Réquiem para um Sonho-. O filme quer apenas captar o que sente alguém sob efeito de LSD, maconha, alcool, cocaina... Só que Terry Gilliam não consegue fazer isso de uma maneira satisfatória, como Danny Boyle conseguiu em Trainspotting, filme que tem personagens e uma história de verdade.

Nota: 51

16.5.07

eles gostam de sangue...

Hooligans, 2005
Lexi Alexander

Depois de assistir os 105 minutos desse filme entendemos pq ele foi lançado no Brasil direto em DVD, sem passar pelo cinema. Hooligans é um filme regular, que alterna bons momentos com momentos ridiculos.

Ele basicamente mostra a rotina dos torcedores ingleses esquentadinhos, que antes de irem aos jogos do seu time passam horas em pubs, enchendo a cara, e depois dos jogos vão em busca dos torcedores do time adversário para fazer um tipo de clube da luta. Sair dessas sessões de briga com escoriações é motivo de orgulho, é uma maneira de sentir que se está fazendo parte do grupo. Essa é a parte boa do filme, pois todos nós sabemos que esse estilo de vida é muito comum em países como Inglaterra, Argentina e é claro o nosso Brasil (aqui o negócio é muito mais violento, é claro) e ver isso retratado na telinha é interessante.(seria melhor se fosse em forma de critica, mas não é bem isso oq ocorre aqui)

O ruim é que, nem por um momento, tenta-se explicar os motivos que levam as pessoas a agirem dessa forma. O ódio que os torcedores rivais sentem um pelos outros é enorme. Vários são os encontros entre eles que acabam com corpos estirados no chão, aliás, são tantos "encontros" que se torna repetitivo, apesar das brigas serem bem filmadas, bem reais. É fato que ninguém consegue compreender e explicar o amor que alguém sente pelo seu time de coração, e nem a vontade que se tem de encher um torcedor adversário de porrada. Seria pretensioso demais o filme tentar responder essas questões, mas ele poderia ter algum personagem que fizesse algum questionamento, do tipo: "Cacete, pq estamos batendo nesses caras?".

Outra coisa que incomoda são os inumeros cliches, e as atitudes totalmente inacreditaveis que uma personagem específica toma, que acaba se tornando pateticamente constrangedor.

De qualquer forma, serve para assistir uma vez... pra passar o tempo.

7.5.07

só pra complementar o post anterior


FRIDAY NIGHT LIGHTS



Que maravilha de episódio-piloto. Fazia tempo que eu não me emocionava tanto com um seriado. Friday Night Lights é sobre futebol americano(meu segundo esporte preferido) e
também sobre o comportamento de jovens americanos que buscam no esporte o futuro da suas vidas. FNL pode parecer meio novelesco, mas como a qualidade é enorme isso não tem importância. Não sei qual é o melhor PILOTO que eu já vi: Do Lost, do Black Donellys ou do FNL. Díficil.

Aliás, díficil é a cena final do episódio. Estamos diante do fim do sonho de uma pessoa, do fim de uma vida inteira que poderia acontecer, mas não vai. Enfim, no término de muitas coisas, mas no ínicio de um grande seriado.

Filosofia cliche de auto ajuda? Talvez, mas esse diálogo do treinador é comovente e sincero (e acompanhado de uma excelente trilha sonora e de um acontecimento extremamente dramatico é capaz de fazer derramar lágrimas de muitas pessoas):

Estamos todos reunidos aqui esta noite com a coragem para lembrar que a vida é muito frágil. Somos todos vulneráveis. E todos nós, em algum ponto de nossas vidas, caímos. Nos todos vamos cair. Devemos carregar isso em nossos corações, que o que temos é especial, que pode ser tomado de nós e quando é tomado de nós... seremos testados. Seremos testados em nossas almas. Estamos sendo testados agora mesmo. E nesses tempos... essa dor... nos permite descobrir mais sobre nós mesmos.

6.5.07

seriados!

Eu tinha vários pilotos de séries pra assistir e depois decidir se continuaria assistindo ou não. Vi alguns e vou fazer pequenos comentários a respeito deles.

THE TUDORS

Seriados de época quando bem produzidos são muito interessantes. Gostei do que vi no episódio-piloto. Com atores talentosos, a história é focada em Henrique VIII e seus relacionamentos com os nobres e com as mulheres. Mas ao que tudo indica, a série não fica apenas nesse ambito pessoal, mostrando também toda a dificuldade em governar a Inglaterra e também os acontecimentos importantes que fizeram o monarca virar um dos nomes mais famosos da história do Reino Unido.

- APROVADA. Continuarei assistindo.


ROBIND HOOD


Foi razoalvemente legal assistir, mas esse piloto apresentou várias falhas que provavelmente vão existir por toda a temporada, como o fato do personagem principal jamais soar convincente nas ações que toma. Ele é quase q um intocável e eu não conseguia engolir isso em nenhuma cena. Também não gostei do humor exagerado e o do fato do seriado não conseguir criar uma atmosfera que nos faça sentir no século XII.

- REPROVADA. Não vou mais assistir.


MASTERS OF HORROR


Série de terror cujos episódios são independentes, quer dizer, cada um tem COMEÇO, MEIO e FIM. Uma idéia interessante, certo? Pois é, o problema foi a péssima qualidade do primeiro episódio. O diretor achou que pra cliar um clima de tensão bastava ambientar a história numa floresta, a noite, com muita chuva e trovões. Em nenhum momento eu fui capaz de me importar com a personagem principal. Têm uma ou outra cena gore interessante, mas só isso não segura essa bomba. Os flashbacks que mostram o relacionamento da personagem principal com seu marido é patético e desprovido de qualquer sentido. Detalhe que esse primeiro episódio era o que tinha a segunda maior nota no site IMDB dos 13 episódios no total. Dá pra sentir a pressão, né?

- VEEMENTEMENTE REPROVADA. Vou passar longe.


MY NAME IS EARL


Não sou muito fã de comédias mas essa foi realmente engraçada. Jason Lee é um excelente ator e provou isso mais uma vez, criando agora um personagem muito cativante. Earl é um cara que só se de mal. Ele chegou a conclusão que isso acontece pq ele não faz nada de bom, então para mudar o seu "carma" ele decide consertar tudo de errado que fez no passado. A idéia é boa, a série é muito engraçada, mas acho que pode acabar enjoando rápido demais.

- APROVADA. Mas não vou ver pq em todos os sites q eu conheço os episódios estão hospedados no Megaupload.

30 Rock


Série muito badalada e a julgar pelo episódio-piloto me pareceu um pouquinho superestimada. Claro que Alec Baldwin está excelente no seu papel, e é claro que os diálogos sutil e ironicamente afiados, como esse: "Its not HBO, Its TV", fazendo um trocadilho com o slogan do canal HBO, são engraçados, mas eu fiquei com uma sensação de que faltava algo.

David Cronenberg tem talento

Marcas da Violência, 2005
David Cronenberg

Não pretendo fazer um resumo da história pois isso estragaria várias "surpresas" que acontecem no decorrer do filme. Não se tratam de reviravoltas espetaculares, mas sim de pessoas tomando decisões diferentes das que tomariam normalmente. Quero apenas apresentar alguns dos motivos que me fizeram gostar bastante do que vi.


Marcas da Violência, como o titulo dá a entender, é um sem dúvida um filme violento. Mas não temos aqui uma violência estilizada ou glamourosa e sim algo que parece ser real, o que aumenta muito a brutalidade das cenas e a proximidade delas com o mundo que nos cerca. A fotografia é basicamente feita por cores frias, combinando perfeitamente com o clima pesado de todo o filme.


Sem nenhum mecanismo feito para enrolar e aumentar a duração, este fimle de David Cronenberg vai sempre direto ao ponto. Todas as cenas e todos os diálogos tem a sua importância. É um filme que tem uma excelente progressão. A história toma um rumo diferente do que imaginamos, mas nada que soe forçado. Em Marcas da Violência, ao contrário da maioria dos filmes, quando o "herói" tem uma arma apontada pra cabeça do seu desafeto ele não hesita, não pensa duas vezes antes de fazer o que deve ser feito.


Apesar do assunto vingança fazer parte do filme, ele não é sobre isso. Ele tem um lado mais profundo, principalmente devido ao personagem Tom Stall. Interpretado competentemente por Viggo Mortensen, o personagem não nos dá muita brecha para termos um envolvimento emocional mais intenso com as situações vividas por ele, ficamos sim num tipo de distanciamento respeitoso. De qualquer forma, é intrigante a sua história pessoal. Ele passa a idéia de que por mais que façamos de tudo para enterrar certos acontecimentos do passado, o passado nunca nos esquece, e quando damos uma chance para ele retornar, ele retorna, para o bem ou para o mal.

Nota: 79

28.4.07

Dobradinha!

Deja Vu, 2006
Tony Scott

A carreira do cineasta Tony Scott é marcada por mais erros do que acertos. A maioria de seus filmes são totalmente dispensáveis, daqueles tipos que não temos vontade de assistir mais do que uma vez. Geralmente os roteiros que ele utiliza não são dos melhores, cheios de furos, reviravoltas forçadas e finais que conseguimos desvendar facilmente. Apesar desses seus defeitos, Tony Scott é um diretor que frequentemente sabe o que faz. Sua técnica é muito boa, filmando sempre com segurança e muita sobriedade, sem exagerar em exercícios de estilo(vamos esquecer de Domino e Chamas da Vingança), o que colabora para que seus filmes sempre tenham um ritmo bom, jamais entediando o público. Basicamente, isso tudo resume uma parte do seu mais novo trabalho, Deja Vu.

O filme começa tragicamente impactante. A cidade de New Orleans, que ainda lutava para superar a passagem do furacão Katrina, agora é alvo de um atentado terrorista numa balsa, que acaba gerando 543 mortes. Apartir dai se inicia uma investigação para descobrir o culpado. Mas o que parece ser um filme policial comum, acaba se transformando num science-fiction-wannabe, com a introdução na investigação de um "aparelho" capaz de captar imagens perfeitamente nítidas em todos os ângulos possíveis dentro da cidade, só que as imagens vêm com um atraso de 4 dias. Ok, com muita tecnologia isso seria possível, tudo bem. O problema é que esse tal aparelho também pode servir como um tipo de máquina do tempo. Ok, denovo, cinema pra mim é liberdade, mas o que não pode acontecer é um filme querer fazer o espectador de burro, e é exatamente isso que Deja Vu faz. É inegavel que ele se inspirou pelo menos um pouco em Minority Report, mas ele não passa de um primo pobre do filme de Spielberg.

Pelo menos não temos aqui cenas de ação gratuitas, o filme é mais focado na história, pena que é uma história que não empolga, que parece ser original, mas na verdade não é. É, sim, uma mistura de certos elementos de filmes muito melhores.

Quando se trata da parte técnica, como eu já disse no ínicio, Tony Scott quase sempre se sai bem e aqui não foi diferente. Mas num aspecto mais humano da coisa, no caso, as atuações, não há nenhum destaque. Não que os atores estejam ruins, mas é que o roteiro não da oportunidade pra que ninguém se sobressaia.

Se o filme deixasse de lado a baboseira pseudo-cientifica e centrasse mais a história nas investigações normais, desenvolvendo melhor os motivos que levaram o terrorista a cometer o crime e se importando mais com o sofrimento da comunidade de New Orleans poderiamos ter algo significativamente melhor.

Nota: 51



Blade Runner,
1982
Ridley Scott

Há uns 5 anos quando se falava em Blade Runner sempre me vinha a cabeça algo como: "Uma das melhores ficções de todos os tempos" ou "Um dos grandes filmes do cinema". Eis então que decidi assisti-lo e acabei me decepcionando muito naquela época. Pra mim não passava de um filme com belos cenários-feios, porém um tanto quanto chato. Agora, com 20 anos, vi novamente. Minha impressão foi MUITO melhor, mas de qualquer forma, não posso deixar de acha-lo superestimado.

Pois bem, muitos consideram Blade Runner um filme-noir, e ele de fato tem elementos que o fazem pertencer, pelo menos um pouco, a este estilo. Se não, vejamos: O noir é mais um estilo visual e narrativo do que um gênero propriamente dito. Fortemente influenciados pelo expressionismo alemão, os filmes noir geralmente apresentam nas suas tramas investigações policias, assassinatos, personagens femininos importantes, tudo isso ambientado em cidades caóticas, sujas e escuras e carregados com certo niilismo(filosofia que prega que não há sentido para a vida). Blade Runner realmente tem muito disso.

Num primeiro momento o que chama mais a atenção no filme é, sem dúvida, o aspecto visual. Ridley Scott cria uma Los Angeles futuristica - o ano é 2019 -, densamente povoada, suja, com carros voadores, muitas luzes, propagandas... É nesse cenário desordenadamente belo que residem os Replicantes - criações humanas que têm a tarefa de colonizar planetas perigosos, mas que através de um motim se tornaram livres, o que os transforma em alvos dos Caçadores de Androides, cujos objetivo é eliminar qualquer um Replicante que esteja na Terra-.
A tarefa para ir atrás desses Replicantes-fugitivos que estão na Terra cabe a Deckard, considerado o melhor caçador de andróides em atividade. O que poderia se transformar num filme de ação, cheio de perseguições, com a luta cliche entre o bem e o mal, acaba ganhando mais profundidade do que o esperado. O filme é cheio de referencias religiosas e faz um verdadeiro estudo sobre o que a vida representa. No final das contas acabamos nos importando mais com o "vilão" do que com o "mocinho", já que este é muito mal desenvolvido e Harrison Ford não demostrou carisma suficiente.

De qualquer forma, toda a atmosfera tech-noir do filme me conquistou, talvez eu o veja novamente um dia desses, assim quem sabe eu consiga captar mais coisas e aumentar a sua nota.

Nota: 81

24.4.07

antes tarde do q nunca, top 10 2006

Os melhores e piores de 2006.


MELHORES FILMES

1
. Pequena Miss-Sunshine
2. Filhos da Esperança
3. Apocalypto
4. O Último Rei da Escócia
5. A Fonte da Vida
6. Cartas de Iwo Jimma
7. Miami Vice
8. Babel
9. A Máquina
10. O Caminho Para Guantamano

PIORES FILMES (do pior para o menos pior)

1. A Noite do Terror
2. A Dama na Água
3. A Casa do Lago
4. A Ciência do Sono
5. A Premonição 3


MELHORES DIRETORES

1. Alfonso Cuaron - Filhos da Esperança
2.
Clint Eastwood - Cartas de Iwo Jimma
3. Martin Scrosese - Os Infiltrados
4. Darren Aronofsky - A Fonte da Vida
5. Tom Tykwer - Perfume


MELHORES ATORES

1.
Forest Whitaker - O Último Rei da Escócia
2. Will Smith - A Procura da Felicidade
3. Ryan Gosling - Half Nelson
4. Leonardo DiCaprio - Diamantes de Sangue
5. James McAvoy - O Último Rei da Escócia


MELHORES ATRIZES

1.
Hellen Mirren - A Rainha
2. Meryl Streep - O Diabo Veste Prada
3. Kate Winslet - Pecados Intimos
4. Penélope Cruz - Volver
5. Adriana Barraza - Babel

22.4.07

Seraphim Falls

Seraphim Falls, 2007
David Von Ancken

Um dos meus gêneros favoritos é o Western. Sou fã incondicional dos western-sphagetti de Sergio Leone, que marcaram época nos anos 60. Provavelmente Três Homens em Conflito é meu filme preferido. Eu já estava sentindo falta de bons filmes desse estilo, pois o último realmente bom havia sido Os Imperdoáveis de Clint Eastwood. Eis que no ano passado o cineasta australiano John Hillcoat basicamente revive o gênero com a obra-prima poeticamente violenta A Proposta. E agora, em 2007 surge do nada outro belo western.

Seraphim Falls é um filme de perseguição no velho-oeste americano. No frio congelante das montanhas vemos um homem, Gideon, assando um coelho quando derepente tiros são disparados em sua direção. Carver é o homem que está atras de Gideon. Todo o filme se resume praticamente no confronto entre a caça-humana e o caçador. De ínicio não sabemos o que leva Carver ir atrás de Gideon com tanto impeto, mas podemos imaginar que este fez algo realmente grave pra ser alvo de tamanha pertinencia.

Apesar de uma cena frustrantemente desnecessária com Angelica Houston, Seraphim Falls é interessante do ínicio ao fim. A excelente qualidade da fotografia, que enche o filme de belas paisagens, é capaz de fazer o público sentir o frio intenso das montanhas na primeira parte e também o calor infernal e desidratante do deserto na segunda parte.

As atuações de Pierce Brosman e Liam Neeson são muito boas, os dois realmente encarnaram seus personagens, que em nenhum momento parecem estar no meio de um embate herói x vilão, mas na verdade, estão no meio de uma luta de vida ou morte, em que ambos os personagens têm seus defeitos e suas virtudes.

Infelizmente a tal cena com Angelica Houston estraga um pouco o resultado final, pois ela é algo totalmente inutil, que faz o filme desviar um pouco do seu caminho. Mas o final -em aberto- recoloca-o nos eixos.


Nota: 75

14.4.07

O Último Rei da Escócia

O Último Rei da Escócia, 2006
Kevin Macdonald

Não esperava muita coisa do filme, talvez por isso fiquei um tanto impressionado com o fato dele ser tão bom! Facilmente entrou na minha lista dos melhores de 2006. Um dos motivos foi a história, que é bem interessante e baseada em fatos reais(não sei o quanto). Nicholas Garrigan é um jovem médico recém-formado que parece não estar satisfeito com a vida que tem e decide na loca fazer uma viagem permanente para algum lugar do mundo. O jeito que ele faz para escolher a localidade é divertido, e serve para mostrar que ele não sabia absolutamente nada sobre o que esperar do seu próprio futuro. Bom, o fato é que ele acaba em Uganda. Uma Uganda que tinha acabado de passar por um golpe militar. O novo presidente é o sanguinário Idi Aman. Devido a certos acontecimentos, Nicholas conhece Idi e se torna seu médico pessoal. Nicholas não toma conhecimento do carater assassino de Idi. O médico acha que o novo líder do país está tentando fazer o bem. Isso graças a personalidade magnética-atraente de Idil, que conseguia realmente passar a idéia de ser uma pessoa boa e fazia Nicholas admira-lo cada vez mais. Devido a magistral atuação de Forest Whitaker nós mesmos acabamos gostando Idil e por alguns momentos não temos dúvidas se ele é realmente mau. Mas de qualquer forma, temos a certeza que a qualquer momento ele pode explodir. Forest Whitaker com gestos sutis consegue nos convencer disso. James McAvoy, que interpreta o médico, não fica muito atrás não, com uma atuação segura e comovente, acaba se tornando um ponto de equilibrio e nossa conexão com esse perigoso e fascinante mundo, que é a Africa.


Nota: 88

9.4.07

.blablabla.

* De norte da sul está brilhando...

o Coxa pode não estar empolgando, mas está no caminho certo. Todos sabemos que o objetivo principal desse ano é conquistar uma das 4 vagas pra série A do ano que vem e as campanhas do time no paranaense e na copa do brasil dão esperanças para nós, torcedores. Conseguimos chegar nas oitavas de final da copa do brasil, coisa que não faziamos há algum tempo. Não fomos eliminados por times de menor expressão, como aconteceu em 2005 contra o Treze-PB e e ano passado, quando perdemos para o Nautico. No Paranaense já estamos classificados para a semi-final e se ganharmos do Paraná terminaremos em primeiro na classificação geral, o que dará muitas vantagens no restante do campeonato.

Analisando o nosso plantel atual é notório a evolução levando-se em conta o do ano passado, que tinha muitos medalhões, muitos mercenários ganhando muito dinheiro, mas que em campo não demonstravam a raça necessária a um jogador de um time com tradição, cujo lugar não é na segundona. Índio, Alberto, Paulo Miranda e Edu Salles são alguns exemplos.

Hoje temos muitos pratas da casa, que se forem bem auxiliados psicologicamente -como vem acontecendo- podem garantir excelentes resultados. Henrique, Pedro Ken, Rodrigo Mancha, Keirrison e Anderson Gomes(apesar da má fase) já são realidade. Marlos é, ao meu ver, a grande promessa, o novo craque, ao estilo Adriano e Rafinha, promessa que no decorrer dessa temporada tem tudo pra se transformar no novo idolo do verdão.

Junto desses jogadores há aqueles que são pouco conhecidos, mas que estão num time de renome pra poderem mostrar seu futebol. Túlio, Douglas Silva, Juninho(que pra mim é um excelente volante, que marca muito bem. Não consigo aceitar a perseguição da torcida contra ele, exagero puro), Hugo, Leandro e Adriano.

E também, jogadores já rodados, que parecem estar preocupados em se (re)afirmarem no cenário nacional, juntamente com o time, casos de Anderson Lima, Artur, Muñoz e Geraldo(o alvo favorito da turma do amendoim, injustamente, já que quando ele joga de meio-campo sempre cria jogadas de perigo).

Caico, Rafael Santiago e China já provaram que não tem futebol para fazer parte do Coritiba.

Igor, Daniel Cruz, Fábio Lopes e Carlão até agora não mostraram quase nada, mas ainda tenho alguma esperança para com eles, especialmente com Carlão.

Precisamos de mais uns 4 reforços com pompa para serem titulares, aí poderemos ficar mais tranquilos.


* O Céu de Sueley

É um filme interessante, pois retrata de uma forma extremamente melancolica e sincera a vida de muitas mulheres do brasil. Essas mulheres são retratadas na personagem de Milla. Grávida e abandonada pelo marido numa cidade grande, resolve voltar para sua terra no interior, em busca de melhores alternativas para seguir com a vida. Para conseguir dinheiro, Milla decide vender seu corpo numa rifa.

Ela diz: - Quer comprar uma rifa?
Alguuém: - Rifa do que?
Ela: - Uma noite no paraiso, comigo.

Ai que está a explicação para o titulo, já que ela utiliza o nome de Suely quando faz a rifa.

Com uma fotografia interessante, que ao mesmo tempo consegue retratar a desolação do interior do ceará, junto com uma sensação de liberdade efemera da personagem principal, O Céu de Suely é um bom filme, mas nada mais que isso, já que ele não adiciona nenhum tipo de discussão nova sobre o assunto. Tudo oq se passa na tela nós ja vimos em algum filme, ou lemos em algum lugar. Isso me fez compara-lo com CANDY cujo assunto principal é o mundo das drogas. Ambos são bons, mas descartáveis.

7.4.07

só pra não deixar passar em branco

Ontem eu assisti ao último filme de Michael Mann, Miami Vice e posso dizer que gostei pra kct! Realmente não consigo entender pq existem tantas criticas negativas a respeito dele. Talvez estejam querendo compara-lo com o seriado que fez um certo sucesso nos anos 80, e ai acabam se decepcionando pq eles são bem diferentes um do outro.

Miami Vice é um filme policial sério, intenso e inteligente. Com uma história muito envolvente, somos absorvidos nesse mundo de traficantes, policiais infiltrados, graças ao roteiro, que faz com que nunca tenhamos certeza de que tudo correrá bem, mas também devido a fotografia digital, usada com maestria por Michael Mann, que faz tudo ficar bem parecido com um documentário, ou uma notícia de jornal, que colabora é muito para o realismo das situações.

O foco do filme não são as cenas de ação, de troca de tiros e explosões, que são bem poucas, mas muito bem dirigidas, com originalidade e muita adrenalina. O foco é mesmo o desenrolar da história, a investigação em si, as tentativas dos policiais para conseguirem capturar "The Man" um chefão do tráfico, o que jamais parece fácil. Temos a certeza que qualquer deslize pode levar os heróis ao caixão, isso graças a habilidade do diretor, que é perito nesse tipo de filme, basta lembrar de seus outros filmes, Colateral, O Informante e Fogo contra Fogo.

Enfim, um grande filme, mas subestimado, mais pela critica do que pelo público.

NOTA: 86

3.4.07

.filmes.

A Fonte da Vida. 2006
Darren Aronofsky

Darren Aronofsky apareceu pro mundo com o seu trabalho psicológico e quase surrealista Pi, com teorias a respeito do famoso número 3,14. Depois, o diretor Nova Iorquino surpreendeu e conquistou uma legião de fãs com a obra-prima chamada Réquiem para um Sonho, que mostra a vida de pessoas viciadas, seja em drogas, remédios para emagrecer ou TV. Provavelmente o filme mais sombrio sobre esse mundo junkie, aqui o fundo do poço é mais longe do que jamais imaginamos.

Depois de 6 anos finalmente temos um novo trabalho do talentoso diretor. A Fonte da Vida é um filme para ser visto, revisto, estudado, mas acima de tudo contemplado. Ele é principalmente uma experiência visual e musical que impressiona qualquer um. Belas imagens, acompanhadas por uma trilha sonora emocionante, contam uma história sobre o amor.

Três histórias em três séculos diferentes, que se ligam de várias formas. A mais óbvia, é pelos personagens principais, que em cada tempo são interpretados por Hugh Jackman e Rachel Weisz. Mas o fator principal que liga tudo é a busca do impossível. No tempo atual, o veterinário Tomas Creo não quer apenas ficar vendo sua esposa, Izzi, morrer. Ele tenta descobrir uma maneira de curar sua doença incurável. Na idade média, o conquistador espanhol parte em um busca da susposta árvore da vida. No futuro, o astronauta procura respostas sobre a existência.

Acima de tudo, A Fonte da Vida é um filme de amor. Mais do que isso, sobre a profunda dor causada pelo fim dele. Acompanhamos o sofrimento de Tomas enquanto ele vê sua esposa morrendo aos poucos. Devido a interpretação digna de oscar de Hugh Jackman conseguimos sentir a tristeza que ele sente, e assim como ele, temos um fio de esperança que tudo possa acabar bem.

Típico filme para ser visto no cinema. No escuro, com a tela grande e com o som potente, somos facilmente absorvidos pela atmosfera hipnotica do filme. Kubrick foi um gênio, e parece que deixou dois pupílos na terra: Mark Romanek, de Retratos de uma Obsessão e, é claro, Darren Aronofsky.

29.3.07

- Sem fotos dessa vez. Preguiça!

- Mais um filme... filme?

- Agonia e Glória, 1980
Samuel Fuller

Assistir a filmes ruins é uma tarefa pedagógica, pois assim vamos aprendendo a distinguir aqueles que são uma merda dos que não são. Obviamente, Agonia e Glória faz parte do pouco seleto primeiro grupo, não sem motivos.

Vou começar pela história, que na verdade não existe. É basicamente assim: Segunda Guerra Mundial Resumida Em Menos de 3 Horas. É isso que o diretor-roteirista-ex-combatente quis fazer. Ele simplesmente acompanha os mesmos soldados no início, meio e fim da guerra. O que inevitavelmente faz tudo ficar acelerado demais, não permitindo espaço para nenhum desevolvimento mais profundo de personagens e até mesmo de certas situações interessantes.

Quando reparei nos efeitos especiais e na fotografia, fiquei constrangido. Pensei em dar algum crédito por ser um filme de 1980, mas aí me lembro que obras-primas como Nascido Para Matar, Apocalypse Now e Platoon são mais ou menos dessa época. Eis a diferença de nomes como Kubrick, Coppola e Oliver Stone para nomes como o de Samuel Fuller. Por Deus, o filme mostra uma invasão americana no norte da África, na Sicilia e "Omaha Beach" no Dia D e todas parecem ser no mesmo lugar, os cenários são praticamente iguais. As cenas de batalha são bizarras, muito mal feitas. As mortes chegam até a ser pateticamente engraçadas em alguns momentos.

Outra coisa que incomoda muito é o festival de maniqueísmos forçadíssimos. Os americanos são humanizados, capazes de realizar atos heróicos, nobres e anti-belicistas. Já os alemães, pelo menos a maioria, são animais, capazes de matar até um membro da prórpia família se esse ousar falar mal de Hitler. Ah, sim, o fato de os alemães falaram entre si em inglês, assim como os franceses, colabora pra que esse seja um dos piores filmes de guerra que já vi na vida.

O que o salva de ser uma bosta completa são a competente, na medida do possível, atuação do experiente Lee Marvin e a última frase dita no filme: "Sobreviver é a única glória na guerra". No mais... argh!

Nota: 43


- Dr. Fantástico,
1964
Stanley Kubrick

Sabe aquele tipo de filme que todo mundo acha excelente, mas você não consegue entender porque? Pois é o que acontece comigo em relação a esse filme de Kubrick. No rotten tomatoes ele tem uma avaliação de 100% fresh e uma nota 9.2. No IMDB ele é considerado pelos usuários o vigésimo melhor filme do mundo. E eu penso: CACETE, deve ter alguma coisa errada com esse pessoal. Ok, eu sei q o filme foi feito no periodo da guerra-fria e que é uma puta critica satirica contra ela, o que mostra mais uma vez a coragem de Kubrick. Mas pra mim, isso não basta. Teoricamente, Dr. Fantástico é uma comédia, mas esse tipo de comédia "intelectual", política e com um pouco de humor negro, não me fez rir em quase nenhum momento. Minto, vez ou outra eu dava um meio sorriso, pois existem certas ironias bem feitas e atuação do Petter Selles é muito boa, principalmente no papel do Dr. Strangelove, mas no mais o que eu mais senti foi sono. E não é bom sentir sono numa comédia, não é mesmo?

Nota: 60

27.3.07

- Tentando algo diferente. Post com mais coisas.


- Sim, vi uns filminhos e vou comenta-los.


- Um Bom Ano, 2006
Ridley Scott

Um filme que nós já vimos algumas vezes. Aquela coisa do personagem que num primeiro momento parece ser arrogante, metido, sem muitas virtudes, mas que depois de certos acontecimentos inesperados sua vida muda e ele alcança um tipo de redenção. Um Bom Ano não foge disso, e ele não se preocupa em adicionar praticamente nenhum elemento novo nessa comédia romântica, que vale a pena pois é uma oportunidade única de vermos o GLADIADOR Russel Crowe tentando fazer piadinhas, e ele até se sai bem. Um ponto positivo é que o filme passa voando, graças a segura -mas nada surpreendente- direção de Ridley Scott.

Nota: 71


- Serpentes a Bordo,
2006
David R. Ellis

oh, thats good news...
snakes on crack!

Quem acha que esse filme é pra ser levado a sério deve estar louco. Vi muita gente reclamando que as cobras não pareciam ser reais quando atacavam as pessoas... pelo amor de deus, esse não é o ponto do filme. O ponto dele é apenas fazer um terror assustadoramente engraçado. O que importa é saber como vai acontecer o próximo ataque das cobrinhas... Se formos pensar racionalmente o filme tudo perde a graça. O esquema é relaxar, morbidamente observar as pessoas recebendo picadas nos lugares mais inesperados e doloridos possíveis e curtir os dialogos, principalmente quando Samuel L. Jackson se transforma em Jules, seu personagem em Pulp Fiction.


Nota: 76



20.3.07

.filmes.

Candy, 2006
Neil Armfield

- Quando você pode parar, você não quer.
Quando você quer parar, você não consegue.

Mais um filme cujo assunto principal gira em torno das drogas e dos viciados. Não há nada de novo aqui, nada que não tenhamos visto em filmes muito melhores, como Réquiem para um Sonho e Trainspotting, por exemplo. Mas mesmo assim, ele merece ser assistido. Talvez pela cena inicial, dentro de um parque de diversões. O casal do filme entra num brinquedo que gira velozmente, e acompanhamos o primeiro plano como se fosse numa camera lenta, e ao som de uma música de Tim Buckley (pai de Jeff Buckley), só que cantanda por uma mulher. Mas ele com certeza merece ser assistido por causa de uma cena muito forte, que envolve uma gravidez.

No mais, faltou ousadia, faltaram surpresas. Sobraram cenas em que simplesmente não conseguimos compreender as atitudes das personagens, principalmente as de Candy. O filme é teoricamente dividido em três partes: CÉU, TERRA E INFERNO. Mas elas não são muito diferentes. Se o roteirista fez essa divisão levando em conta a intensidade dos fatos...ele cometeu um erro., já que em todss acontecem coisas relativamente boas e coisas fortes e pesadas. Resumindo: dispensavelmente bom.


Nota: 66


19.3.07

A Dama na Água, 2006
M. Night Shyamalan

Fui assistir ao último filme de Shyamalan com muita boa vontade. Eu queria gostar do que eu ia ver, pois além do diretor ser um dos meus preferidos, A Dama na Água conta com Paul Giammati, um ator que vem surpreendendo cada vez mais com atuações brilhantes. Pois é, eu queria... e não consegui. Aliás, pra mim foi tudo tão decepcionante, que o filme conquistou um lugar de destaque na lista dos piores filmes que já assisti.

Logo que o filme se inicia já somos informados que tudo vai se tratar de uma fábula. Então, temos que deixar o bom senso de lado, não pensar em inverossimelhanças ou em furos do roteiro. Temos que nos concentrar nas qualidades que o filme possui e aproveita-lo. O que acaba sendo uma tarefa herculea.

A história é uma porcaria: Uma narf, habitante do "mundo azul", resolve sair do seu mundo para inspirar um humano a continuar escrevendo seu livro, que vai influenciar um futuro presidente dos Eua. Mas ela é impedida de voltar pro seu mundo por um malvado STRUNT... o Sr Heep deve ajuda-la, juntamente com seus inquilinos.

Shyamalan tenta se defender de algumas formas. Primeiro dizendo que o roteiro foi baseado numa história de ninar que ele fez para seu próprio filho. O que ele quer é q nós sintamos a criança dentro de nós. Pra ele, essa seria a forma de se aproveitar o filme... olha, ele errou. Duvido que alguma criança possa gostar de A Dama da Agua. Outra maneira de se defender, foi de incluir na história um critico de cinema, que é extremamente arrogante e não atrai a simpatia de ninguém. Shyamalan cria falas agressivas para o personagem, como se um crítico só servisse para malhar trabalhos de alguém que ele não goste. Claro que isso acontece muitas vezes, mas com certeza é a minoria.

O diretor sempre foi marcado por ser alguém que sabe contar uma história. O que não foi diferente aqui, mas sem dúvida foi seu trabalho mais fraco. Seus ângulos de camera originais e suas tomadas um pouco mais longas que o normal estão presentes, mas dessa vez não acrescentam muita coisa, sendo algo feito apenas para manter o estilo que o deixou famoso.

Clichês, reviravoltas exageradas e previsiveis, querer fazer o público de burro, querer convencer como ator, conseguir fazer com que Paul Giammati ficasse meio apagado... são alguns dos motivos que fazem A Dama da Agua ser uma BOMBA.


Nota: 35

18.3.07

.filmes.

Cartas de Iwo Jima, 2006
Clint Eastwood

- BANZAI!

Em filmes de guerra americanos, os inimigos -sejam eles alemães, japoneses ou vietnamitas- são quase sempre retratados como assassinos impiedosos, o que faz com que haja o BEM (EUA) e o MAL (OUTROS), naquele velho maniqueísmo forçado.

Clint Eastwood filmou simultaneamente A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima. Enquanto naquele o diretor mostra os acontecimentos no ponto de vista americano, neste ele dá cara e coração aos soldados japoneses. Ninguém está ali para matar a sua sede de sangue, mas sim para cumprir ordens de defender uma posição, caso contrário ficarão marcados por covardia, o que ninguém quer.

Com uma fotografia praticamente sem cores, bem dessaturada, Cartas de Iwo Jima segue a moda lançada por O Resgate do Soldado Ryan, que também foi usada pela espetacular série Brand of Brothers. Talvez Clint fez isso para homenagear filmes antigos, já que em alguns momentos parece que estamos vendo um filme em preto e branco.

Os aficcionados por tiros, explosões e sangue podem acabar se decepcionando. Apesar das cenas de batalha serem extremamente bem feitas, elas são raras, pois o filme se concentra num cunho pessoal, no sentimento dos japoneses sobre a guerra e sobre o fato deles não terem chance alguma. É brilhante a cena em que vemos diversos soldados amedrontados dentro de uma caverna escutando bombas serem jogadas sobre suas cabeças.

Cartas de Iwo Jima pode não ser uma obra-prima, como muitos vem afirmando. Mas é um filme de guerra artistico sincero e corajoso. Palmas para Clint Eastwood, que mostra que é um dos melhores diretores em atividade. Que ele continue fazendo bons filmes. O cinema agradace.

Nota: 87

15.3.07

.filmes.

Brick - A Ponta de um Crime, 2006
Ryan Johnson

Wow!

É muito bom ver um filme de um diretor que sabe o que está fazendo. O estreante Ryan Johson domina Brick do começo ao fim, e com um ambicioso e corajoso exercício de estilo, ele faz com que nos sintamos sugados pelo ar noir-moderno-colegial que o filme tem. Essa mistura -noir e adolescentes- pode parecer estranha, mas o fato é que ela foi tão bem feita que quase nada parece absurdo.

Na primeira cena vemos o cadaver de uma garota e Brendan a contempla triste e incredulamente. Ele decide descobrir quem foi o responsável e com ajuda de seu amigo The Brain começa uma investigação própria.

As investigações são muito interessantes, com várias descobertas surpreendentes, algumas reviravoltas, encontros inesperados, diálogos bem trabalhados... bem no clima noir, com várias pequenas homenagens a esse tão cultuado estilo.

Falando em homenagem, vou passar pra cá um diálogo muito bom:
- Você lê Tolkien?
- O que?
- Tolkien, dos Hobbits
- Sim
- As descrições dele são muito boas, faz com que nos sintamos lá

Os primeiros 30 minutos foram mágicos pra mim. Fiquei totalmente hipnotizado graças a fotografia excelente, aos ângulos criativos e a trilha sonora como a muito tempo eu não ouvia. O filme vai caindo de qualidade aos poucos, fica meio arrastado por algum tempo, e depois se recupera. Mas mesmo quando ele é arrastado existem cenas fantásticas. Enfim, foi uma surpresa pra mim, pois nunca tinha ouvido falar dele.


Nota: 79

12.3.07

.filmes.

A Rainha, 2006
Stephen Frears

O talentoso diretor Stephen Frears utiliza um ritmo agradável e fluente para contar a história de A Rainha, o que faz com que jamais sintamos tédio em acompanhar a vida da família real inglesa. Tudo começa com a nomeação de Tony Blair ao cargo de primeiro-ministro, seguindo com a fatídica morte da princesa de Gales, Diana, alvo de intermináveis perseguições dos paparazzi. A rainha Elizabeth parece não se abalar muito com a perda da "princesa do povo", o que inevitavelmente acaba atrapalhando sua popularidade e até mesmo ameaçando a instituição da monarquia.

Provavelmente nenhum diálogo do filme realmente aconteceu, mas eles nunca soam improváveis, na verdade é bem o oposto disso.

Helen Mirren alcança seu auge como atriz interpretando esse difícil papel, que ela foi capaz de humanizar nobremente. Mirren sempre consegue passar o fato de que ela é a Rainha, alguém experiente e importante, mas também consegue demonstrar uma certa angustia e um certo pesar reprimidos da personagem.

Apesar de sem dúvida ser acima da média, A Rainha não consegue entrar nas listas das obrigatoriedades do cinema, pois em nenhum momento provoca algum tipo de reação mais exaltada em quem assiste. Ninguém vai perder o controle emocional, assim como Elizabeth.


Nota: 80

9.3.07

.filmes.

Smokin Aces, 2007
Joe Carnahan

Eis aqui um daqueles casos que o diretor tem um bom material na mão mas acaba se perdendo. Não sei como Joe Carnahan conseguiu errar a mão assim, pois o seu trabalho anterior, Narc, é um excelente filme policial. Talvez a explicação esteja no fato dele querer parecer Quentin Tarantino e Guy Ritchie e não conseguir. Não conseguiu pois exagerou demais no estilozinho forçadamente cool, e também por apresentar vários personagens (alguns bem interessantes) e não aprofunda-los nem um pouco.

Apesar de alguns bons dialogos, o filme é uma bagunça só. A história eh uma besteira nada original, um ex-mafioso decide deletar seus ex-companheiros e aí entram em cena diversos matadores de aluguel, com a missão de apagar o cara, ou algo assim.

Smokin Aces só é interessante na hora da pancadaria. É sangue pra todo o lado, no melhor estilo Kill Bill e Cães de Aluguel. Com uma reviravolta que queria ser surpreendente o filme chega ao seu final sem dizer a que veio. 2007 começou mal.


Nota: 58

6.3.07

.filmes.

Happy Feet - O Pinguim, 2006
George Miller

Aproveitando o sucesso do documentário A Marcha dos Pinguins, Happy Feet dá personalidade aos pinguins imperadores e cria uma historinha envolvendo eles. Para conquistar o sexo oposto e acasalar, os pinguins devem cantar para os outros. Devido a um contratempo quando era apenas um ovo, Mano nasce diferente dos demais. Ele não possui uma "canção interior", pois é bem desafinado, porém ele dança como ninguém. É um verdadeiro pé de valsa mirim, como aquele garotinho Billy Elliot, do filme com o mesmo o nome. Só que isso faz com que os outros o evitem e dificulta as suas chances de aproximar de Glória, sua paixão.

Com um ritmo bem veloz e com várias músicas, parecendo quase um desenho-musical, o ponto forte do filme na verdade são as criticas a sociedade em geral que aparecem de várias formas, alegoricamente, como quando Mano é excluido do seu grupo e acaba encontrando abrigo com o grupo vizinho cujo sotaque é latino, do outro lado da "fronteira" ou de um jeito mais panfletário,(porém eficiente até certo ponto) quando retrata o aquecimento global, a pesca predatória e a poluição que através das correntes marítimas acaba na antartida.

Num momento especifico, Happy Feet chega numa "rua" com dois caminhos. O da direita é aquela coisa bem hollywood, bem disney e o da esquerda seria algo sombrio, tenso, mas verdadeiro. Claro que o filme pegou o caminho mais fácil, mas tudo bem, já que é um desenho feito pra crianças, mas se ele tivesse ido pelo outro... seria uma obra-prima.

Nota: 76

28.2.07

.filmes.

Perfume - A História de um Assassino, 2006
Tom Tykwer

Confesso que eu jamais tinha ouvido falar deste livro de Patrick Süskind, mas após ler alguns reviews percebi que ele é bem famoso, principalmente na Alemanha, terra natal do escritor. Fiquei sabendo também que vários diretores já quiseram adapta-lo para o cinema, dentre eles Martin Scorsese e Ridley Scott. Stanley Kubrick havia dito que esse livro era impossível de ser filmado. É, até mesmo os gênios erram.

A complicada tarefa coube a Tom Tykwer, diretor do cultuado Corra, Lola, Corra e ele conseguiu realizar um excelente trabalho, na medida do possível. Não é qualquer um que tem a capacidade de explorar de uma forma tão eficaz o sentido do olfato no cinema. Sim, o olfato é a coisa mais importante dessa obra e era essencial que fosse trabalhado de uma forma que os espectadores pudessem lembrar de certos cheiros e realmente sentissem o que se passa na tela.

No ínicio já temos uma amostra do que Tom Tykwer pode fazer, quando nos apresenta ao mercado de peixe de Paris, um lugar não muito agrádavel. Um lugar podre de sujo, peixes estragados, lesmas, pessoas vomitando, ratos, tudo é retradado com closes fechados, de uma forma que conseguimos ficar enojados com essa visão. Aliás, é bem nesse local que nasce - ou é cuspido pra fora do corpo de sua mãe - Jean Baptiste o anti-herói de Perfume.

Jean Baptiste nasce com algo raro. Ele não possui cheiro algum e dessa forma jamais se torna atratativo pra qualquer pessoa, ficando sempre isolado, sem se relacionar com ninguém. Mas, o fato dele não ter um odor próprio faz com que ele tenha uma enorme capacidade de sentir e distinguir os mais variados cheiros. Ele é capaz de saber que está se aproximando e também de sentir o cheiro de vidro e de metal. Com o tempo Jean Baptiste entra no ramo da Perfumaria e ele parte em busca do seu "santo graal": Fazer uma fragância perfeita. Mas para faze-la ele precisa capturar a fragrância de 13 mulheres, só que ele precisa mata-las, o que faz dele um incompreendido serial killer.

A impressão que temos é que o diretor tenta romantizar o assassino, o que pode fazer com que muitos odeiem o filme. Aliás, é bem díficil nos sentirmos próximos de Jean Baptiste, pois o personagem não faz praticamente nada para conquistar a nossa simpatia. Creio que o filme poderia ser uns 20 minutos mais curto.

Apesar da história e o do desenvolvimento dela não serem dos melhores, a maneira como os contrastes de cheiros é usada merece ser lembrada por muito tempo.


Nota: 81