30.5.07

pra não deixar o blog morrer! ganhando uma sobrevida...

Sou fã do diretor Terry Gilliam graças ao filme Os Doze Macacos, que é um dos meus preferidos, e também pela sua partição no grupo de humor Monty Python. Resolvi assistir ao amado por uns e odiado por muitos Medo e Delirio. Depois de quase duas horas perdidas me incluo no segundo grupo.

O filme tem uma história fragil. Tão frágil que parece não existir. Na verdade ele é um amontoado de situações repetitivas, ambientadas em cenários grotescos e sujos, em que dois sujeitos disputam um campeonato para ver quem consegue usar mais tipos drogas e ficar o mais chapado possível. Tem uma ou outra cena engraçada, graças a Benicio Del Toro e principalmente Johnny Depp, mas só isso não basta para fazer com o que o filme tenha algum sentido em ter sido feito.

Medo e Delirio não é um filme que toma uma posição em relação ao uso das drogas. Ele não mostra os prazeres momentaneos que elas geram, e nem todos os problemas relacionado a elas -algo feito com extrema qualidade em Réquiem para um Sonho-. O filme quer apenas captar o que sente alguém sob efeito de LSD, maconha, alcool, cocaina... Só que Terry Gilliam não consegue fazer isso de uma maneira satisfatória, como Danny Boyle conseguiu em Trainspotting, filme que tem personagens e uma história de verdade.

Nota: 51

16.5.07

eles gostam de sangue...

Hooligans, 2005
Lexi Alexander

Depois de assistir os 105 minutos desse filme entendemos pq ele foi lançado no Brasil direto em DVD, sem passar pelo cinema. Hooligans é um filme regular, que alterna bons momentos com momentos ridiculos.

Ele basicamente mostra a rotina dos torcedores ingleses esquentadinhos, que antes de irem aos jogos do seu time passam horas em pubs, enchendo a cara, e depois dos jogos vão em busca dos torcedores do time adversário para fazer um tipo de clube da luta. Sair dessas sessões de briga com escoriações é motivo de orgulho, é uma maneira de sentir que se está fazendo parte do grupo. Essa é a parte boa do filme, pois todos nós sabemos que esse estilo de vida é muito comum em países como Inglaterra, Argentina e é claro o nosso Brasil (aqui o negócio é muito mais violento, é claro) e ver isso retratado na telinha é interessante.(seria melhor se fosse em forma de critica, mas não é bem isso oq ocorre aqui)

O ruim é que, nem por um momento, tenta-se explicar os motivos que levam as pessoas a agirem dessa forma. O ódio que os torcedores rivais sentem um pelos outros é enorme. Vários são os encontros entre eles que acabam com corpos estirados no chão, aliás, são tantos "encontros" que se torna repetitivo, apesar das brigas serem bem filmadas, bem reais. É fato que ninguém consegue compreender e explicar o amor que alguém sente pelo seu time de coração, e nem a vontade que se tem de encher um torcedor adversário de porrada. Seria pretensioso demais o filme tentar responder essas questões, mas ele poderia ter algum personagem que fizesse algum questionamento, do tipo: "Cacete, pq estamos batendo nesses caras?".

Outra coisa que incomoda são os inumeros cliches, e as atitudes totalmente inacreditaveis que uma personagem específica toma, que acaba se tornando pateticamente constrangedor.

De qualquer forma, serve para assistir uma vez... pra passar o tempo.

7.5.07

só pra complementar o post anterior


FRIDAY NIGHT LIGHTS



Que maravilha de episódio-piloto. Fazia tempo que eu não me emocionava tanto com um seriado. Friday Night Lights é sobre futebol americano(meu segundo esporte preferido) e
também sobre o comportamento de jovens americanos que buscam no esporte o futuro da suas vidas. FNL pode parecer meio novelesco, mas como a qualidade é enorme isso não tem importância. Não sei qual é o melhor PILOTO que eu já vi: Do Lost, do Black Donellys ou do FNL. Díficil.

Aliás, díficil é a cena final do episódio. Estamos diante do fim do sonho de uma pessoa, do fim de uma vida inteira que poderia acontecer, mas não vai. Enfim, no término de muitas coisas, mas no ínicio de um grande seriado.

Filosofia cliche de auto ajuda? Talvez, mas esse diálogo do treinador é comovente e sincero (e acompanhado de uma excelente trilha sonora e de um acontecimento extremamente dramatico é capaz de fazer derramar lágrimas de muitas pessoas):

Estamos todos reunidos aqui esta noite com a coragem para lembrar que a vida é muito frágil. Somos todos vulneráveis. E todos nós, em algum ponto de nossas vidas, caímos. Nos todos vamos cair. Devemos carregar isso em nossos corações, que o que temos é especial, que pode ser tomado de nós e quando é tomado de nós... seremos testados. Seremos testados em nossas almas. Estamos sendo testados agora mesmo. E nesses tempos... essa dor... nos permite descobrir mais sobre nós mesmos.

6.5.07

seriados!

Eu tinha vários pilotos de séries pra assistir e depois decidir se continuaria assistindo ou não. Vi alguns e vou fazer pequenos comentários a respeito deles.

THE TUDORS

Seriados de época quando bem produzidos são muito interessantes. Gostei do que vi no episódio-piloto. Com atores talentosos, a história é focada em Henrique VIII e seus relacionamentos com os nobres e com as mulheres. Mas ao que tudo indica, a série não fica apenas nesse ambito pessoal, mostrando também toda a dificuldade em governar a Inglaterra e também os acontecimentos importantes que fizeram o monarca virar um dos nomes mais famosos da história do Reino Unido.

- APROVADA. Continuarei assistindo.


ROBIND HOOD


Foi razoalvemente legal assistir, mas esse piloto apresentou várias falhas que provavelmente vão existir por toda a temporada, como o fato do personagem principal jamais soar convincente nas ações que toma. Ele é quase q um intocável e eu não conseguia engolir isso em nenhuma cena. Também não gostei do humor exagerado e o do fato do seriado não conseguir criar uma atmosfera que nos faça sentir no século XII.

- REPROVADA. Não vou mais assistir.


MASTERS OF HORROR


Série de terror cujos episódios são independentes, quer dizer, cada um tem COMEÇO, MEIO e FIM. Uma idéia interessante, certo? Pois é, o problema foi a péssima qualidade do primeiro episódio. O diretor achou que pra cliar um clima de tensão bastava ambientar a história numa floresta, a noite, com muita chuva e trovões. Em nenhum momento eu fui capaz de me importar com a personagem principal. Têm uma ou outra cena gore interessante, mas só isso não segura essa bomba. Os flashbacks que mostram o relacionamento da personagem principal com seu marido é patético e desprovido de qualquer sentido. Detalhe que esse primeiro episódio era o que tinha a segunda maior nota no site IMDB dos 13 episódios no total. Dá pra sentir a pressão, né?

- VEEMENTEMENTE REPROVADA. Vou passar longe.


MY NAME IS EARL


Não sou muito fã de comédias mas essa foi realmente engraçada. Jason Lee é um excelente ator e provou isso mais uma vez, criando agora um personagem muito cativante. Earl é um cara que só se de mal. Ele chegou a conclusão que isso acontece pq ele não faz nada de bom, então para mudar o seu "carma" ele decide consertar tudo de errado que fez no passado. A idéia é boa, a série é muito engraçada, mas acho que pode acabar enjoando rápido demais.

- APROVADA. Mas não vou ver pq em todos os sites q eu conheço os episódios estão hospedados no Megaupload.

30 Rock


Série muito badalada e a julgar pelo episódio-piloto me pareceu um pouquinho superestimada. Claro que Alec Baldwin está excelente no seu papel, e é claro que os diálogos sutil e ironicamente afiados, como esse: "Its not HBO, Its TV", fazendo um trocadilho com o slogan do canal HBO, são engraçados, mas eu fiquei com uma sensação de que faltava algo.

David Cronenberg tem talento

Marcas da Violência, 2005
David Cronenberg

Não pretendo fazer um resumo da história pois isso estragaria várias "surpresas" que acontecem no decorrer do filme. Não se tratam de reviravoltas espetaculares, mas sim de pessoas tomando decisões diferentes das que tomariam normalmente. Quero apenas apresentar alguns dos motivos que me fizeram gostar bastante do que vi.


Marcas da Violência, como o titulo dá a entender, é um sem dúvida um filme violento. Mas não temos aqui uma violência estilizada ou glamourosa e sim algo que parece ser real, o que aumenta muito a brutalidade das cenas e a proximidade delas com o mundo que nos cerca. A fotografia é basicamente feita por cores frias, combinando perfeitamente com o clima pesado de todo o filme.


Sem nenhum mecanismo feito para enrolar e aumentar a duração, este fimle de David Cronenberg vai sempre direto ao ponto. Todas as cenas e todos os diálogos tem a sua importância. É um filme que tem uma excelente progressão. A história toma um rumo diferente do que imaginamos, mas nada que soe forçado. Em Marcas da Violência, ao contrário da maioria dos filmes, quando o "herói" tem uma arma apontada pra cabeça do seu desafeto ele não hesita, não pensa duas vezes antes de fazer o que deve ser feito.


Apesar do assunto vingança fazer parte do filme, ele não é sobre isso. Ele tem um lado mais profundo, principalmente devido ao personagem Tom Stall. Interpretado competentemente por Viggo Mortensen, o personagem não nos dá muita brecha para termos um envolvimento emocional mais intenso com as situações vividas por ele, ficamos sim num tipo de distanciamento respeitoso. De qualquer forma, é intrigante a sua história pessoal. Ele passa a idéia de que por mais que façamos de tudo para enterrar certos acontecimentos do passado, o passado nunca nos esquece, e quando damos uma chance para ele retornar, ele retorna, para o bem ou para o mal.

Nota: 79