18.12.08

review: Hellboy 2

Hellboy 2: The Golden Army
ano: 2008
direção: Guillermo del Toro
roteiro: Guillermo del Toro

- Suck my ectoplasmic Schwanzstücke! !


É, nosso herói endiabrado está de volta e em meio a ótimas adaptações dos quadrinhos, como Batman e Iron Man, Hellboy faz bonito e fica praticamente no mesmo nível deles. Um dos motivos que faz Hellboy ser tão legal é que o diretor Guillermo del Toro nunca perde as chances de humanizar o vermelhão, principalmente quando o assunto é Liz, o seu grande amor.

Geralmente os enredos de filmes desse tipo são apenas desculpas para apresentar um vilão e um potencial confronto dele com o herói. Hellboy 2 segue esse princípio, mas ele se destaca por adicionar subtramas interessantes que se relacionam e enriquecem tal enredo. Nem sempre essas subtramas são originais, como a já batida situação na qual temos um herói que acaba sendo visto como um problema para a sociedade e não como a solução. Deixando esse deslize de lado, podemos nos encantar com Abe e Hellboy afogando as máguas em latinhas de tecate e ao som de músicas melosas. É extremamente divertido ver dois heróis fazendo coisas de humanos.

Claro que a ação é importante e Guillermo del Toro mostra competência ao criar cenas empolgantes. Às vezes vemos em alguns filmes um monte de bombas explodindo, pessoas correndo, perseguições e tudo parece uma zona, o que acaba ficando chato. Isso não acontece aqui. Hellboy 2 passa muito rápido e as cenas de ação colaboram para isso.

O filme até possibilita uma discussão filosófica: Devemos destruir agora algo que PODE fazer um grande mal no futuro? É de se pensar.

Ah, sim... também vai um grande destaque para um novo "herói". Um semi-robo com um sotaque alemão bem engraçado. Certamente ele é o responsável pelos melhores momentos de humor do filme.

13.12.08

pseudo-review: Os estranhos

.:... Os Estranhos
Ano: 2008
Direção: Bryan Bertino

Se você não se importar muito com certos clichês do gênero, você pode considerar Os Estranhos uma boa experiência de suspense, terror e até mesmo de um soft-gore.

Kristen e James estão voltando de uma festa de casamento lá pelas 3 e pouco da manhã e logo percebemos que alguma coisa aconteceu entre eles, já que Kristen está triste, com lágrimas escorrendo pelos olhos e com um cigarro na boca.

Uma vez dentro da casa, - que obviamente fica no meio do nada -, o clima entre o casal não melhora e aos poucos vamos compreendendo o por que. É, um pouco de desenvolvimento dos personagens não faz mal a ninguém. Mesmo sendo pouca coisa, já ajuda o público a criar uma certa empatia por eles.

Sabemos de antemão que se trata de um filme de terror e ficamos só esperando os sustos começarem. Aliás, isso é algo que eu realmente gosto.

Não demora muito e ouvimos uma batidada na porta. No meio do nada, às 4 da manhã... não pode ser algo bom, certo?

A partir dai que tudo começa. O bom do filme é que ele consegue criar uma atmosfera claustrofóbica e assustadora que aumenta aos poucos através de pequenas coisas, como batidas na porta, objetos que "mudam" de lugar e é claro, pessoas com máscaras que ficam em ângulos cujos personagens não conseguem enxergar, mas nós sim!

Pena que ele perde um pouco da força quando começa a ficar um pouco repetitivo, quando se entrega a sustos fáceis e ao chegar num desfecho que tem o claro objetivo de deixar a porta aberta para sequências.

Os Estranhos consegue assustar pois nada do que acontece soa forçado(mão muito, pelo menos). É algo que poderia acontecer com qualquer um, já que é um filme que não usa do sobrenatural para meter medo e sim de uma das coisas mais violentas e incompreensíves do mundo: o ser humano.

2.12.08

braindead, children of huang shi, henry

Agora que tô de férias a idéia é atualizar esse blog com mais frequência. Não que eu ache que tenha alguém acompanhado isso aqui, obviamente.

Vi alguns filmes ultimamente e decidi falar sobre três. Vejamos.

The Children of Huang Shi, 2008
Roger Spottiswoode



Esse filme tem uma temática a lá sessão da tarde, realmente é uma história pouco original, que ficamos com a impressão de já ter visto em algum outro lugar. O filme é baseado em fatos reais e conta a história de George Hogg, um jornalista britânico que estava em busca de um furo de reportagem na China invadida pelo Japão no final dos anos 30, mas acabou se tornando um humanitário ao resolver ajudar crianças orfãs que não tinham nada, nem esperança.

Na maioria do tempo é um mamão com açucar bem previsível, porém algumas cenas realmente fortes, a bela fotografia e o bom elenco fazem o filme valer a pena.

Nota: 70


Henry: Retrato de um Serial Killer, 1986
John McNaughton



É realmente um filme estranho e perturbador. A história está resumida nesse título e não há muito o que acrescentar. Henry é um cara que precisa matar, assim como precisa de oxigênio para respirar. A cada 10 minutos vemos Henry comentendo mais um crime, na maioria das vezes com requintes de crueldade. O problema é que as motivações dele jamais são explicadas. Numa conversa entre Henry e um personagem percebemos que a relação dele com a mãe era péssima, só que não temos certeza de que ele está falando a verdade.
Acredito que a idéia não era realmente compreender o assassino, mas apenas mostra-lo. E pra mim esse é o problema do filme.

Nota: 78


Fome Animal, 1992
Peter Jackson


Reza a lenda que quando FOME ANIMAL estreiou na Nova Zelândia saquinhos para vômitos eram distribuidos na entrada dos cinemas. Hoje em dia tais cenas não devem causar medo, arrepios, e sim diversão com certa dose de nojo.

É impressionante a capacidade de Peter Jackson de criar tantas cenas bizarras e difíceis com tão pouco dinheiro. Nunca antes Zumbis foram mortos de formas tão criativas, nojentas e divertidas. E o filme é apenas isso. A história é uma bobagem, assim como as atuações não são das melhores. Porém as decapitações, esquartejamentos e afins são impressionantes e transformaram esse filme num clássico do Trash.

Nota: 80

9.11.08

Tropic Thunder

2008
Ben Stiller

É sempre bom assistir a um filme cheio de piadas de humor negro, com diálogos cheios de palavrões e com um roteiro que foge do politicamente correto. Tropic Thunder tem essas características, mas o maior atrativo são as críticas feitas a Hollywood em forma de sátira e também as excelentes atuações de Tom Cruise(com uma fisionomia irreconhecível) e de Robert Downey Jr(o renascido).

Existem várias referências nada sutis a grandes filmes de guerra, como Platoon e o Resgate do Soldado Ryan e certas piadas que serão melhor apreciadas por pessoas que entendem um pouco de cinema. Certamente várias passaram desapercebidas por mim, mas as ironias que eu peguei me fizeram rir bastante.

Pena que no final o filme perde por uns momentos o ar sátirico e vira mais ou menos um filme de ação, mas isso não dura muito, ainda bem.

27.10.08

review: transsiberian

Transsiberian

Dessa vez o diretor Brad Anderson não realizou um filme inteligente com reviravoltas surpreendetes como O Maquinista, mas é um suspense que consegue nos manter focados na história e preocupado com o futuro dos personagens.

Ele nos faz pensar duas vezes antes de fazer uma viagem de trem entre a china e a Russia. Como assuntos secundários, temos um lance de traição e de alcoolismo, que são interessantes. Pena que o final não conseguiu manter o bom nível do resto do filme. Parece que ele foi feito na pressa.

19.9.08

O Incrível Hulk

2008
Loius Leterrier

Acredito que não era necessário mais um filme do Hulk apenas 5 anos depois do belo e incompreendido trabalho de Ang Lee, mas de qualquer forma o filme foi feito e obteve um resultado satisfatório.

Quem espera cenas de ação empolgante vai gostar bastante do que vê. Não que o filme apresente algo que não vimos anteriormente, mas os embates de Hulk com os soldados e com um certo vilão são frenéticos na medida certa e o legal é que sentimos que ele PODE se machucar, ainda que sua força seja descomunal.

Infelizmente o contexto em que tais cenas acontecem é extremamente repetitivo, ficando basicamente um filme de gato e rato sem uma evolução significativa.

Teriamos um resultado melhor se o embate psicológico de Bruce Banner fosse mais e melhor trabalhado e se escolhessem uma atriz com mais qualidade do que a Liv Tyler, que não funcionou dessa vez.

28.7.08

John Rambo

2008
Sylvester Stallone




Acabo de assistir ao quarto filme do Rambo e estou impressionado. Sim, impressionado. John Rambo ou Rambo IV é um filme cuja história é uma simples desculpa para que o prato principal seja servido: ação temperada com violência. Ou seria violência temperada com ação?

John Rambo trabalha numa floresta capturando cobras, para que elas sejam usadas num tipo de luta entre homem e cobra. Tudo parece normal até que ele recebe a visita de um grupo de pessoas que quer visitar um local assolado por uma guerra/genocídio e tentar fazer algo pelos oprimidos.

Pois é. Se você for pensar bem, quem em sã consciência iria prum lugar daqueles? Só em Rambo mesmo.

Como falei, foi uma maneira idiota e um tanto ingênua para que o motivo que é a razão de existir do filme se sobressaia: SANGUE.

E o incrível é que ele funciona muito bem. Não dá pra esperar um desenvolvimento de personagens ou do enredo em si, nem um certo estudo psicológico do Rambo como foi feito no primeiro filme da série. Temos aqui ação desenfreada e uma violência bem realista e que chega até a incomodar, no bom sentido. O filme voa porque Stallone mostra muita competência para filmar cenas de batalhas e de perseguição.

Se você quer ver um filme que cumpre o que promete e cujo clímax é um cabeludo forte atirando pra todos os lados atrás de uma arma extremamente poderosa... sirva-se!

Nota: 74

23.7.08

review: the dark knight

The Dark Knight, 2008
Cristopher Nolan




O hype ao redor do novo filme do Batman elevou minhas expectativas, que, devo dizer, já estavam altas devido a bela nova-introdução que foi feita ao personagem em Batman Begins. A boa notícia é que ele corresponde a maioria das expectativas, a ruim é que não estamos diante de um Poderoso Chefão 2, como li em algumas críticas. Calma! O filme é foda, está entre as melhores adaptações de HQs da história do cinema, mas não é uma obra-prima.


Primeiro quero escrever sobre as coisas de que gostei, que não são poucas. Heath Ledger está sinistramente fantástico como o coringa. Toda a repercussão em torno da sua atuação não foi exagero. Seria justo que o filme se chamasse THE JOKER, pois é este o personagem que melhor representa toda a violência e a desesperança que são assuntos centrais de The Dark Knight. A atuação dele é algo magnifico. Heath Ledger utiliza certos os maneirismos como movimentar a lingua à la T-BEG de Prision Break para deixar o personagem mais fascinante ainda.

Há algo no Coringa que me faz lembrar do John Doe de Seven e do Ben do Lost, o que só pode ser algo bom, não é mesmo?


Gotham City é basicamente uma representação fiel de qualquer grande cidade do mundo. Corrupção e violência andam de mãos dadas e parece não haver volta. Parece que tudo vai ficar pior. A população clama por um herói, mas como é dito no filme, não um herói que a cidade merece, mas um que a cidade precisa. Nem sempre isso está representado na mesma pessoa.

Eis um assunto contemporâneo, o que nos aproxima e muito dos acontecimentos do filme. Vemos nossas grandes cidades serem retratadas de uma maneira praticamente fiel em Gotham City. Infelizmente não temos um Batman por essas bandas e nem um Harvy Dent.



As cenas de ação poderiam ter sido trabalhadas de uma forma mais interessante. Temos sim sequências empolgantes, mas que parecem se tornar um tanto repetitivas e barulhentas demais. Gosto de coisas mais elegantes, como Operação França, ou que me deixem com um nivel de adrenalina insuportável, como toda a trilogoa Bourne.


Enfim, The Dark Knight realmente deve ser chamado de uma CRIME-SAGA. O Coringa é o SCARFACE, é o Darth Vader...

Interessante que não sabemos como ele surge e nem o que o motiva a cometer seus crimes. Dinheiro não é. Ele quer criar o caos... ele quer provar que o ser-humano é mau por essência, quer provar que todos podem ser corrompidos, até mesmo os mais improvavéis de serem.

Nota: 85

22.7.08

mini-review: sleuth e outras coisas

* SLEUTH (2007)
No começo o filme me pareceu estranho demais, mas aos poucos fui me adaptando e não demorou muito eu já estava gostando de praticamente tudo o que eu via. O diretor mostra bastante competência ao trabalhar com planos inusitados, além de criar uma atmosfera que nos distancia emocionalmente dos dois personagens, algo que achei essencial para aproveitar melhor tudo o que acontece.

No filme temos apenas dois personagens e muito diálogo. A sorte é que é um diálogo muito bem feito, capaz de nos manter ligado pelos 90 minutos. Esses dois personagenz fazem um jogo do tipo gato e rato, um quer foder psicologicamente o outro.O legal é descobrir qual dos dois é o mais capacitado para iludir e atordoar o adversário.

A primeira parte do filme é fantástica, mas depois ele vai decaindo... até chegar no seu insatisfatório final. Um filme um tanto "pointless", mas que vale pelas atuações, pelo diálogo e pela primeira parte.

Nota: 76

review: cleaner

Cleaner, 2007
Renny Harlin


Poderia ser um bom filme, mas péssimas escolhas e uma certa preguiça fazem esse filme não ser nada mais do que mediocre. Há uma premissa bem interessante e original. Tom Cutler possui um trabalho pouco ortodoxo. Ele tem uma empresa cuja função é limpar toda a sujeira, leia-se sangue, que fica espalhada pelas casas após uma morte um pouco mais violenta. Legal, não? O mais legal é ver Tom Cutler fazendo o seu trabalho. Ele é um cara extremamente metódico e passamos a admira-lo por isso.

Se o filme se concentrasse mais nos seus trabalhos, poderia ter tido um resultado melhor. Ocorre que ele é contratado pra fazer um serviço que está cercado por um mistério. Bom, era inevitável que o roteiro surgisse com algo desse tipo, mas a sua resolução é tão previsível que não da pra acreditar que é verdade. Faltou empenho de trabalhar melhores idéias. As reviravoltas que acontecessem tb são toscas e fogem totalmente da realidade do filme e do seus personagens.

A direção até que é boa. O diretor gosta brincar com as técnicas cinematógraficas, criando cenas
de relativa qualidade, mas que pecam por não ter nenhum propósito, a não ser um mero exercício de estilo.

21.7.08

review: we own the night

Os Donos da Noite, 2007
James Gray



Este é um filme que ficou um tanto esquecido no meio de tanta coisa boa que surgiu em 2007. É uma pena, pois é um grande filme. Não que ele traga algum tipo de novidade para os filmes policiais e de crimes, mas ele possui um bom roteiro que ganhou vida de uma maneira muito competente, graças ao trabalho do diretor James Gray e da atuação de 3 excelentes atores: Robert Duval, Mark Wahlberg e Joaquin Phoenix.

Robert Duval é um chefe de policia extremamente respeitado. Seu filho Joe segue seus passsos dentro do departamento de policia, o que é um motivo de grande orgulho. Já seu outro filho, Bobby, é gerente de uma casa noturna, o que desagrada o seu pai.

Ocorre que um traficante perigoso decide agir justamente na casa noturna na qual Bobby trabalha e Joe quer fazer de tudo para prender o bandido.

O filme tem um clima pesado, nos somos capazes de sentir a insegurança que cerca praticamente todos os personagens. Qualquer passo em falso pode representar a morte. Ha uma cena de perseguição fantástica, na chuva, num dia extremamente cinzento. O diretor não utiliza uma trilha sonora convencional, barulhenta, mas aposta em sons não muito usuais e baixos, que acabam criando um impacto fantástico.

Alem dessa cena, o que mais chama atenção no filme é essa relação entre a família. O pai, ao mesmo tempo critico e protetor e os irmãos. Que apesar de discordarem de várias coisas, de brigarem, xingarem uns aos outros, sabem que são sangue do mesmo sangue e que o sentimento que os liga é muito forte. James Gray foi muito feliz ao tratar disso de uma maneira extremamente comovente e realista.

Tirando uma reviravolta que não condiz muito com a personalidade de certo personagem, não vejo falhas no filme. Vejo apenas que ele poderia ter sido ainda melhor.

Nota: 88

19.7.08

review: doomsday

Doomsday, 2008
Neil Marshall



"Em terra de infectados, quem é imune é rei"

Depois de presenciar esse diálogo, mais ou menos no final do filme, finalmente cheguei a conclusão de que Doomsday não foi feito para ser levado a sério. Ao longo de seus 110 minutos presenciamos muito sangue e pouca história. Um filme que se apresenta como nada mais do que uma brincadeira não está IMUNE a críticas, ainda mais quando ele não consegue gerar diversão o suficiente para nos fazer esquecer do seus problemas, como é o caso desse último trabalho de Neil Marshall.

Neil Marshall, hein? O que você fez? Com um início promissor no cenário mundial com o terror-claustrofóbico "O Abismo do Medo", o cineasta acaba desperdiçando o seu suposto talento numa empreitada digna de framboesa de ouro.


Acreditem ou não, existe um plot e ele é até bacana: A Escócia é tomada por um vírus altamente letal chamado de REAPER. Esse vírus é de fácil transmissão e em pouco tempo mata milhões de escoceses. A vizinha Inglaterra resolve construir uma barreira em volta da Escócia, deixando o povo a sua própria "sorte".

Em 2035 o virus reaparece, só que dessa vez na Inglaterra. A solução? Ir até a Escócia em busca de pessoas não-infectadas, que podem ser a fonte de uma cura. Quem pode comandar uma equipe para tal missão é a Marjor Eden Sinclair, uma moça que não leva desaforo para casa.

Parece que eu acabei dar vários spoilers, não é? Ledo engano. Tudo isso acontece em muito pouco tempo, o que é capaz de gerar uma certa confusão. Aliás, é nessa introdução que meu problema com o filme começa.


Sabe, no ínicio eu até tinha esperanças que poderíamos estar diante de um bom filme, que tratasse um mundo pré e pós-apocaliptico como ele de fato seria: com muita violência e despreparo do povo e das autoridades. Cenas que mostram o exército atirando a esmo e acertando meros civis, além de corroborarem com a verossimilhança desse novo e caótico mundo, cria um trágico e fiel paralelo com os acontecimentos recentes envolvendo policiais e suas desorganizadas ações.

Mas essa boa impressão foi se dizimando rapidamente. O que poderia gerar uma boa história, se fosse trabalhada com uma certa classe e com boas idéias, acaba se transformando num mar de cenas de ação frenéticas, com milhares de cortes, excessivamente barulhentas e que enjoam muito fácil.

O gore está presente em quase todo o filme. No começo é até legal e é capaz de deixar os mais sensíveis impressionados com alguma coisa, mas a sucessão de corpos despedaçados-queimados-amassados-cortados é tão grande que tudo isso acaba se transformando em algo caricatural e falso demais, gerando mais risadas do que qualquer outra coisa.


Neil Marshall não consegue utilizar um cenário como um mundo pós-apocaliptico para criar uma só cena que traga suspense ou apreensão satisfatórias por estarmos presenciando o fim da humanidade ou algo que o valha. Totalmente o oposto do que ocorreu em filmes como Exterminio, Eu sou a Lenda e Filhos da Esperança, não é mais?

A trilha sonora e os VILÕES acabam por deixar tudo pior. Sim, pior. A trilha parece que foi puxada de algum jogo de super-nintendo e a galera do mal são um bando de punk sem um pingo de inteligência, que teoricamente deveriam ser ameaçadores por parecerem com o pessoal barra-pesada de MAD MAX, mas esqueçam! Eles são mais burros e tapados do que o roteirista que os criou... que é o próprio Marshall... tsc!

Pra não dizer que de nada gostei, a cena que mostra a heroina lutando contra um gladiador dentro de uma arena é interessante, apesar dos ínumeros cortes. ARENA? GLADIADOR? Pois é... vejam por vocês se tiverem coragem e estiver com alto grau de tédio.

Nota: 40

16.7.08

review: o nevoeiro

O Nevoeiro, 2007
Frank Darabont



Stephen King é um escrito muito lido, mas também muito criticado. Muitas vezes ele é execrado pela critica por ter um estilo de escrita aparentemente muito simplório. Em partes eu até concordo. Ele realmente não tem o rebuscamento como a sua prioridade. Para ele basta inventar e contar uma história de uma forma agradavél, de fácil compreensão e que deixe os leitores sempre havidos para chegarem a página final. Se só existissem Jonhs Banville e Machados de Assis teriamos menos leitores no mundo ainda.

Uma constante na sua carreira é ter os seus livros adaptados para o cinema. Tivemo filmes que foram muito bem executados e chegaram a superar suas obras em termos de impacto e qualidade, como o Iluminado(Stanley Kubrick). Mas também houve coisas totalmente dispensáveis, como o recente Desespero, que é um bom livro, mas na telona perdeu muito de sua força.

O fato é que sempre que Stephen King trabalhou com o Frank Darabont tivemos excelentes resultados. Um sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre falam por eles mesmo. Agora, em O Nevoeiro, a dupla acerta novamente, criando um fantástico thriller de terror que não se limita apenas a sustos e sangue.


O Nevoeiro, na verdade é um dos vários contos presentes no livro Tripulação de Esqueletos. Não imaginava que ele poderia ter se transformado num filme tão bom.

A primeira cena que vemos é de David Drayton fazendo o seu trabalho na sala de sua casa. Ele cria cartezes para filmes e está prestes a acabar uma tela quando percebe uma tempestade grandiosa tomando forma. David não pensa duas vezes e leva sua esposa e seu filho para o porão.

Na manha seguinte eles se dão conta do estrago. Muitas árvores não resistiram e foram responsáveis por um cenário de destruição. Eles também percebem que há um nevoeiro vindo do mar, aparentemente, como outro qualquer.

David, seu filho e o vizinho Norton decidem ir até a cidade em busca de mantimentos. No mercado, eles percebem uma movimentação estranha de militares, indicando que havia alguma coisa de errado. Não demora muita e o Nevoeiro se mostra como uma verdadeira ameaça, matando todos que ele vê pela frente. Os três decidem permanecer no mercado, assim como o resto dos clientes.




É uma situação um tanto absurda, mas a competência do elenco me fez esquecer disso. Passei a me envolver com os personagens e com os acontecimentos de uma maneira que é rara de acontecer.

As pessoas do mercado se monstram céticas quanto ao que está acontecendo. Afinal, como um nevoeiro pode simplesmente matar alguém? É interessante, que mesmo não acreditando, eles ficam com medo de deixar o local.

O filme trabalha com maestria como uma situação extrema pode influenciar as pessoas, como o medo pode impulsionar diversos tipos de ações e reações.

Temos uma personagem responsável por um dos pontos altos do filme. É a Mrs. Carmody, interpretada com um desempenho acima da média por Marcia Gay Harden. Desde quando o Nevoeiro aparece e supostamente tras com ele mortes e caos, ela começa a dizer que isso não é nada mais, nada menos, do que o juizo final. É a ira de Deus se fazendo presente. É Deus cansado de tantos pecadores. No começo todos olham com desconfiança para ela, mas numa situação de desespero como essa, as pessoas tendem a se apegar em qualquer tipo de explicação.

Mrs. Carmody não deixa de ser um tipo de vilã e confesso que fiquei mais com medo dela do que do Nevoeiro. Que oratória! Que persuassão!

É um daqueles filmes que não temos certeza de que tudo acabará bem, muito pelo contrário. Não há esperança. Não há saida. O terceiro alto é algo de espetacular. Segurando quem quer que seja na poltrona até a improvável resolução.

Magnifico!

Nota: 88

15.7.08

review: night of the living dead

A Noite dos Mortos-Vivos, 1968
George A. Romero



Demorei para assistir ao primeiro filme de zumbis de George A. Romero e apenas tenho a lamentar por tanto tempo perdido, pois é algo especial. O lançamento se deu em 1968 e naquela época ele teve um enorme impacto sobre o público. Era gente vomitando no cinema, gente tomando sustos incrivéis e teve até uma associação cristã que quis processar George Romero, dizendo que ele havia feito um pacto com satanás. Hoje em dia, tais cenas não produzem o mesmo efeito, mas o filme continua a assustar, principalmente na famosa sequência final, que influenciou tantos filmes posteriores, como Sinais de M. Night Shyamalan.

Não é todo mundo que gosta de filmes de zumbi, mas acredito que A Noite dos Mortos-Vivos pode se apreciado por qualquer um.

Tudo começa de uma forma tranquila, mas com um ar de que alguma coisa estranha vai acontecer. Temos um casal de irmãos visitando o túmulo da mãe num cemitério que fica em alguma cidade do interior. Eles estão discutindo e vemos ao fundo um homem velho se aproximando, aparentemente é só o guardião do lugar. APARENTEMENTE, apenas, já que ele se revela como o primeiro zumbi e é ai que a diversão e o medo começam.



George Romero operou milagres para criar essa atmosfera caótica e assustadora com tão baixo orçamento. Ele consegue transmitir bem o medo e a desolação que os personagens sentem ao ficar presos numa casa cercada pelos zumbis, que querem apenas uma coisa: CARNE HUMANA FRESCA.

Assim como nós, os personagens demoram a entender o que está acontecendo. Até que alguém acha um rádio e as explicações começam a ser dadas. No filme eles tentam explicar a origem dos zumbis, mas é algo um tanto non-sense demais... mas no fundo, o que importa? Só importa que eles não tem sentimentos e querem apenas achar comida para continuarem "vivos".



Existe uma enorme quantidade de sustos fáceis, de personagens idiotas morrendo de maneiras inacreditáveis e tomando as piores decisões possíveis.

Mas isso eu deixo de lado. Eu guardo pra mim toda a habilidade que George Romero demonstrou
ao criar um filme que transmite um medo genuino na maior parte das cenas. Guardo a coragem do diretor de criar algo tão sanguinário no final dos anos 60. E também guardo nas minhas retinas a imagem da cena final, que é ao mesmo tempo perturbadora e irônica.

Enfim, temos um belo inicio para uma dinastia dos Zumbis de George A. Romero.

Nota: 84

13.7.08

coxa e review: the living and the dead

Goias 2x2 Coritiba
O coxa até fez um primeiro tempo razoável, pelo menos na marcação. Felipe, Rodrigo Mancha e Mauricio demonstraram segurança e contaram com a ajuda do incansável Leandro Donizete para contar os esporádicos ataques do Goias.

Marlos perdeu todos os lances que tentou ir para cima da defesa adversária e Hugo e Keirrison ficaram isolados na frente. As oportunidades criadas foram raras e não levaram muito perigo ao gol de Harlei. Apenas um chute de Keirrison e acho que nada mais.

No segundo tempo o coxa saiu na frente logo no início, mas não muito depois, aos 8 minutos tomou o empate. Apartir dai o Goias pressionou, principalmente com bolas alçadas na area, já que o time goiano conta com bons cabeçeadores e a zaga coxa dava sinais de que aquela segurança do primeiro tempo estava se acabando. Insistiu tanto que empatou aos 30 e pouco.

Aos 40 e pouco o coritiba encontrou um gol espirita com Tiago Bernardi.

Até ficaria no lucro, já que foi buscar o empate no final. Mas aos 47 minutos do segundo tempo, Michael perde um dos gols mais feito da história, sem exageros. Essa foi a melhor oportunidade para vencer fora e não conseguimos. É mais uma prova que nesse campeonato vamos brigar no máximo por uma vaga na sul-americana, infelizmente.


movie...

The Living and the Dead
Não é exatamente um filme de terror, mas do começo ao fim ele tem uma atmosfera pesada e que nos faz acreditar que alguma coisa ruim vai acontecer a qualquer momento. Ele mostra o quão díficil é lidar com um doente mental na família, ainda mais quando esse deve cuidar da mãe que está num estado terminal de câncer.

No começo a câmera está sempre parada, ela não acompanha o movimento dos atores, o que foi legal para criar um certo distanciamento da história com o público. Aos poucos essa técnica foi sendo abandonada, já que passamos a nos entrosar mais com a família, ainda que não seja uma tarefa fácil.

Um filme dificil, com cenas degradantes e humilhantes para alguns personagens, com algumas situações que podem deixar alguns aflitos, principalmente aqueles que não são fãs de SERGINGAS. Enfim... é um filme que eu não ia sair por ai recomendando... mas nem dizendo para não ser assistido..

11.7.08

Diário dos Mortos, 2007
George A Romero

Serei breve.

Eu tenho uma certa adoração por filmes de zumbis, principalmente os de George Romero. Despertar dos Mortos e A Noite dos Mortos Vivos são clássicos e sempre que eu os assisto a experiência é ótima.

Estava meio com um pé atrás com esse lançamento, mas foi em vão. George Romero se saiu muito bem.

Em Diário dos Mortos temos tudo o que se pode esperar de um filme de zumbis e um pouco mais. O gore está presente com toda a força. Creio que nesse filme George Romero se superou no quesito mortes violentas e sanguinolentas. A história em si é relativamente boa e permite um pouco de críticas sociais e também uma cena de humor não muito usual.

Existe essa certa conotação política no filme, além de algumas reflexões a respeito de atitudes da sociedade e também da mídia. A narradora fala a respeito da estranha sensação quando vemos um acidente na estrada... nós paramos o nosso carro, mas não para ajudar e sim para olhar.

O filme também acaba mostrando o quão despreparada a humindade está para lidar com qualquer tipo de tragédia e o quão cruel ela pode ser. Como indaga a narradora no final: Vale a pena salva-la? Me diga você!

Nota: 77

revire: definitely, maybe

Três Vezes Amor, 2008
Adam Brooks

É uma comédia romântica, sim, mas que está sempre tentando fugir das obviedades do gênero e na maior parte do tempo consegue. Claro que temos um certo deja-vu em algumas cenas, mas são poucas e geralmente não é algo tão perceptivel assim.

O filme começa de uma maneira bem interessante. Will sai do trabalho e vai buscar sua filha Maya na escola, mas chegando lá ele percebe que há algo de errado. Há um alvoroço por parte das crianças e dos pais. É que a professora resolveu dar uma aula de iniciação sexual aos alunos, o que os deixou um tanto confusos.

Will tem dificuldades para falar com Maya sobre o assunto e papo vai, papo vem, a garota pede para o pai contar a vida amorosa dele. Will aceita, mas avisa que vai mudar o nome dos personagens e desafia a garota a acertar qual das mulheres é a sua mãe.

Foi uma maneira original de apresentar uma história de amor... 3 na verdade. É interessante pois se trata de um filme cujos acontecimentos podem fazer parte da vida de qualquer um, já que o amor é algo que sempre prega peças.

Ryan Reynolds é um ator bem versátil e soube fazer esse papel com maestria, utilizando um ótimo timing cômico quando necessário e também um ar romântico em algumas cenas, sem parecer falso.

Um filme que foge da mesmice, com vários dialogos e situações marcantes.


8.7.08

review: paranoid park

Paranoid Park, 2007
Gus Van Saint


É inegável que Gus Van Saint faz parte da vanguarda do cinema moderno. Ele é um diretor que jamais pensa no lucro que seus filmes podem gerar. O que ele faz é pegar histórias um tanto complicadas e muitas vezes polêmicos e empregar um estilo próprio de fazer cinema para conta-las. Paranoid Park é um filme sobre Alex, um garoto que gosta de andar de skate e que tem a sua vida mudada para sempre devido a um ato impensado.

Em seus últimos filmes, como Gerry, Last Days e Elefante, ele visivelmente exagera em seus experimentalismos, muitas vezes temos a impressão de estarmos diante de um mero exercício de estilo, ainda que seja algo interessante de ser visto, na maior parte do tempo. Em Paranoid Park, Gust Van Saint encontrou um equilíbrio entre seus requintes técnicos e o desenvovimento da história e de seus personagens. Um exemplo disso é a cena na qual vemos Alex tomando banho. Vemos o seu rosto e a água caindo do chuveiro por um bom tempo, em slow motion. É legal ver a água assim, mas além disso, é uma cena importante que mostra toda a angustia que o pesronagem está sentindo.

Alex é um rapaz um tanto calado, mas que quando fala sempre tem alguma coisa interesante para dizer. Mas ele é mais daqueles que agem ao invés de falar.

Temos uma investigação e os suspeitos são os skatistas. Sabemos que Alex fez alguma coisa grave. Aos poucos vamos descobrindo o que foi e demora um tempo até entendermos como ocorreu o fato. Essa demora ajuda a criar um certo mistério para saber o que realmente aconteceu, e quando temos a resposta ela é algo bem impactante.

Paranoid Park é um filme forte, pois é sobre um jovem que passa a viver com uma culpa enorme, pois toma atitude despretensiosa que acaba virando em algo catastrófico.

Gus Van Saint conseguiu realizar um filme que talvez possa ser chamado de filme de arte e que é bem acessivel.

6.7.08

review: abre los ojos

Preso na Escuridão, 1997
Alejandro Amenabar

Abre los Ojos é considerado melhor que Vanilla Sky devido a certos motivos que não bastam para justificar essa preferência. Vou citar três:

1. Abre los Ojos veio antes de Vanilla Sky. Remakes que aparecem pouco tempo depois do original já são considerados inferiores antes mesmo de estreiarem.

2. Abre los Ojos é europeu, Vanilla Sky é americano. Para alguns criticos o cinema europeu é sempre superior ao americano.

3. Vanilla Sky tem Tom Cruise, um alvo que muitos criticos adoram metralhar, na maioria das vezes injustamente.

É claro que temos aqui um bom filme. Abre Los Ojos não se enquadra num gênero específico. Temos pinceladas de drama, romance e ficção.

César é um cara rico pra caralho, mas que não precisou trabalhar para conquistar todo esse dinheiro. Apenas nasceu num berço de ouro. Ele é basicamente um playboy que gostar de passar o tempo com mulheres diferentes. Mas quando conhece Sofia tudo começa a mudar.

Só que essa mudança é um tanto radical.

Alejandro Amenabar foi feliz ao criar uma atmosfera pesada, um tanto claustrofóbica, refletindo o estado de espírito de César depois que algo de grave aconteceu com ele.

Dou uma dica preciosa de assistir ao filme prestando atenção. O roteiro é feliz quando explica o que está realmente acontecendo com César, mas é bom estar atento para não acabar perdido.

Bom, agora preciso compara-lo com Vanilla Sky. BOM. Prefiro Vanilla Sky. É um filme muito melhor realizado, graças ao roteiro e a direção de Cameron Crowe. Cenas importantissimas de Abre los Ojos são realizadas de uma maneira apressada demais, como quando César e Sofia passam juntos a noite. Eu simplesmente não consegui acreditar que os dois se apaixonaram assistindo ao filme europeu, já em Vanilla Sky nós sentimos que rolou algo a mais do que uma simples atração física entre os dois personagens.

No Vanilla Sky existem certos detalhes que fazem toda a diferença. Temos o lance do DOCE e AMARGO. Temos "1 minuto pode mudar tudo". A relação de David com o pai é melhor desenvolvida, assim como o seu medo de altura, o que importante na conclusão da história.
Ah sim... temos também RADIOHEAD, SIGUR ROS, REM e... Jeff Buckley.

De qualquer forma, valeu pelo argumento.

Nota: 65


5.7.08

review: grace is gone

Grace is Gone, 2007
James C. Strouse



A guerra do Iraque é usada como pano de fundo para contar uma história triste e honesta sobre perda e família. Para ser mais exato: Perda na família.

Stanley perde sua mulher na guerra e não sabe como contar isso para suas filhas. Ele está totalmente perdido em relação a que atitude tomar e impulsivamente resolve fazer uma viagem com suas filhas.

O diretor estreante demonstrou uma sensibilidade impar ao retratar essa situação, claro, a trilha sonora de Clint Eastwood colabora bastante para o resultado positivo.

Grace is Gone vira um tipo de road-movie. Acompanhamos toda a dificuldade de Stanley em lidar com a perda e também de encarar a sua filha mais velha, de 12 anos, já que ela é mais madura do que a idade que tem. Essa viagem permite uma aproximação de um pai que era um tanto rigido demais com suas filhas, um pai que não permitia muitas contestações das suas vontandes, mas que agora começa a repensar sobre suas atitudes.

Foi um filme bem executado. Durou o tempo suficiente para ter um desenvolvimento razoavel dos personagens e não ficar repetitivo.

A última cena foi linda e colaborou para essa nota alta...

Nota: 80

3.7.08

review: spiderwick chronicles

As Crônicas de Spiderwick, 2008
Mark Waters

Eu realmente não tenho mais tanta paciência pra filmes desse tipo. Fantasia (semi) infantil não é comigo, a não ser que seja algo genial como Ponte para Terabitia, algo que As Crônicas de Spiderwick está longe de ser. De qualquer forma, é um filme que consegue entreter um pouco alguém crescido, mas eu preferia te-lo visto quando ainda era um pequeno garoto.


Digamos que a história em si não tem tanta importância. Aliás, se eu for escreva-la aqui provavelmente vai afastar muita gente.

Posso dizer o seguinte, tem uns bicho que parecem gnomos e outros parecem uns ogros. Tem os de bem e os do mal. Esse duende verde da primeira foto é o personagem mais interessante do filme, provavelmente. Ele é capaz de divertir com sua brabeza, pena que não aparece muito.

Eu sei que tem um livro importante, feito por um carinha há uns 80 anos. Os gnomos querem pegar esse livro para destruir todos os outros. Enfim...


Os efeitos especiais são muito bons e a atmosfera de fantasia foi muito bem construida pelo diretor.
Como é um filme para crianças, tem uma subtrama que quer passar uma mensangem... nesse caso é sobre o casamento dos pais que não deu certo. Provavelmente era algo dispensável, pelo menos foi razoavelmente bem feito e colaborou para desenvolver alguns personagens, principalmente as crianças, já que boa parte do filme mostra a maneira como elas reagiram a tal situação.


Mas... eis um filme que realmente não quero assistir novamente. Até consegui, por um breve momento, me sentir como um pequeno rapaz que se empolga ao ver alguém usando molho de tomate como arma mortal contra inimigos perigosos... mas a empolgação dura pouco, bem pouco.

Nota: 60

1.7.08



In Bruges, 2008
Martin McDonagh

Uma grata surpresa. Só fui saber da existência desse filme graças a um amigo, se não iria passar batido. Apesar de ter Collin Farrel no elenco, não vi nenhuma propaganda dela, o que é estranho.

É um filme forte. Forte e fantástico. Vou rapidamente escrever sobre algumas coisas que fazem desse filme um dos melhores do ano, até o momento.

Primeiro, a cidade em que se passa o filme. A cidade se chama Bruges, na Béligica. Você já ouviu falar dela? Eu também não tinha, agora quero conhece-la um dia.
É uma cidade extremamente bela e tal beleza foi muito bem explorada pelo diretor Martin McDonagh. Ray e Ken são dois matadores profissionais e estão na cidade a espera de um serviço. O passado recente de Ray o condena e o assombra, e sua estadia em Bruges serve também para esfriar a cabeça, já que ele tem a possibilidade de aproveitar diversos programas culturais que a cidade oferece. Mas Ray é um cara que prefere frequentar um bom e velho pub, ao contrário de seu parceiro Ken, que quer conhecer todos os pontos túristicos.

Outra coisa interessante, é que temos um filme sério, porém extremamente engraçado. O humor é politicamente incorreto. Ray faz comentários ácidos a respeito de negros, anões, paquistaneses... E isso durante quase todo o filme, o que faz com que o nosso interesse jamais diminua.

Além disso, é um filme sobre crimonosos, portanto crimes acontecerão, só que de uma forma diferente. Não temos um vilão propriamente dito. Antes de cometer um ato que possa prejudicar outra pessoa, os personagens param para pensar nos seus atos, algo muito incomum na maioria dos filmes, em que vemos pessoas matando as outras sem pensar duas vezes.

As cenas que envolvem tiros e... quedas, são realizadas de uma maneira um tanto gore demais, colaborando para a seriedade do filme.

Collin Farrel está se destacando esse ano. Em Cassandra´s Dream ele criou um personagem totalmente diferente desse de In Bruges. Em ambos ele se saiu bem. Muito bem, aliás.

Resumindo, um filme corajoso e surpreendente, que provavelmente vai agradar a maioria.

21.6.08

noite no museu

Uma Noite no Museu

É apenas uma diversão sem compromissos, um filme-pipoca, mas é acima da média e conta com um ou outro diferencial que comentarei na sequência.

Larry Daley está divorciado e desempregado, o que atrapalha a relação com o seu filho. Portanto, é praticamente obrigado a aceitar o cargo de vigia noturno do museu de história natural de NY. Só que é justamente a noite que coisas estranhas começam acontecer. Fosséis de tiranossauro REX, personalidades de cera, bonequinhos ganham vida. A função de Larry é manter a ordem.

Totalmente nonsense, mas totalmente divertido. Até há uma explicação para que tudo isso possa acontecer. Absurda é verdade, mas e dai?

Cristovão Colombo, Lewis e Clark, Atila, Teddy Roosevelt... eles ganham vida e achei uma maneira interessante de misturar um fiapo de história com entretenimento, já que Larry procura aprender sobre eles pesquisando em bibliotecas e na internet para poder compreende-los. Não deixa de ser um incentivo para crianças se interesseram um pouco sobre eles.

Claro que essa não é a idéia do filme, ele não quer formar historiadores, ou algo assim.

Existem cenas bem inspiradas, principalmente as que envolvem Átila, o huno. Mas temos algumas que são um tanto embaraçosas, que eram para ser engraçadas mas que estão bem longe disso, um exemplo são todas as cenas em que aparece o gerente do hotel. Ok, o sotaque dele é engraçado, mas nada do que ele é diz é capaz de fazer alguem rir, acredito eu.

Enfim... é um filme que pode ser assistido mais de uma vez, para dar boas risadas e até mesmo para se comover com a redenção de um pai perante seu filho, pq nao?

9.6.08

dances with wolves

Dança Com Lobos, 1990
Kevin Costner

É um filme muito bem construido, percebe-se o empenho com o qual ele foi criado. Basicamente ele mostra que quando conhecemos nosso inimigo, passamos a pensar nele de outra forma, passamos a admira-lo e até mesmo começamos a gostar dele. Dança Com Lobos é mais um retrato de como a população indigena norte-americana foi mutilada pela ignorância do homem branco. O filme nos apresenta aos costumes do povo Sioux e com isso mostra que eles eram tudo, menos um problema para a sociedade. Claro, existem indios e indios. Aqui temos os Pawnee, que estão em busca da nada mais nada menos que sangue.

Não há uma história propriamente dita em dança com lobos. Na verdade, é um filme sobre como um homem branco viveria em meio aos indios. Será que a adaptação é possível?

O que me incomoda um pouco ao longo das quase 3 horas do filme, são certas cenas que são feitas apenas para proporcionar lágrimas ao público, só que de uma maneira não tanto honesta assim. Querem um exemplo? É só lembrar o que acontece com dois animais importantes do filme.

No mais temos um belo filme, mas que não merecia toda a repercussão que teve na sua época, quando foi o vencedor de nada mais nada menos do que 7 oscars, incluindo melhor filme. Exagero.

7.6.08

indy 4...

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, 2008
Steven Spielberg

Um roteiro levemente confuso, com uma história nada empolgante e nonsense demais até mesmo para Indiana Jones. Os clichês de filmes de bandidos e mocinhos estão presentes em peso. Me irritei profundamente nas várias vezes que a vilã ou falsos amigos aparecem armados bem na hora que Indy estava fazendo algo importante.

É um filme que não empolga, mas que possui certos elementos que o fazem valer a pena ser visto no cinema. Por exemplo, a direção de Spielbergm que criou belas cenas de ação e tensão, ainda que não com a mesma habilidade que o diretor já cansou de demonstrar anteriormente. Harrison Ford tira de letra o seu lendário papel e mesmo mais velho convence como o herói. Ainda bem que os roteiristas não se esqueceram da idade de Indy e piadas a respeito disso são comuns em boa parte do filme. Shia Labeouf é um grande ator, que trouxe uma vida nova a série. A química dele com Indy é um dos pontos mais fortes.

Mas... incomoda muito o fato que jamais é necessário nos preocuparmos realmente com Indy e com a sua missão. Basicamente como aconteceu no filme do Senhor dos Anéis(e tantos outros). É um belo filme de fantasia, mas frodo e seus companheiros tinham licença de imortalidade, assim como Indy, o que acaba prejudicando.

Menor duração, um vilão melhor desenvolvido e um Indy um pouco mais frágil... com isso ja teriamos um filme melhor.

1.6.08

algumas coisas...

* albert hammond jr.
De fato é impressionante esse cd solo do guitarrista dos Strokes. Ele prova que além de tocar, sabe cantar. Mas é bem diferente de Julian Casablancas. Ele faz um som mais tranquilo, com menos pegada e um pouco mais de feeling. Ideal para escutar deitado na cama, ou relaxando na frente de uma piscina.
Albert Hammond Jr mostrou muita habilidade e me fez acreditar que boas supresas podem surgir de seus próximos trabalhos. Vamos aguardar.

* season finale de lost
Interessante, revelador... mas... acho que minhas expectativas estavam muito altas. Para mim, o melhor final de temporada continua sendo o da terceira, quando fomos supreendidos por um flashforward de Jack.

* cfc x cruzeiro
Dava pra ter ganho, mas como sempre o medo de arriscar contra time grande impediu a vitória. Rubens Cardoso e Alê não deveriam fazer parte do time titular. Talvez o Rubens Cardoso de lateral esquerdo é possível, mas no meio não dá. Alex Silva poderia ser testado no lugar do PK, que não vem acrescentando nada. Só nos erros.

Em tempo, nunca vi a torcida do coritiba tão quieta como hoje. Seria o frio? Ou a falta de cerveja?
* stress
Sempre!

hable con ella

Fale com Ela, 2002
Pedro Almodovar

Revi Fale com Ela pela terceira vez e posso dizer que o impacto foi o mesmo, se é que não foi maior. Não quero fazer um resumo da história, vou apenas falar que este filme de Almodovar é acima de tudo sobre o amor. Mas não esperem ver algo convencional, algo que podemos ver em qualquer novela da globo ou em qualquer comédia romântica barata. Temos aqui algo profundo, um verdadeiro estudo de como um amor platônico pode afetar a vida de uma pessoa que já é afetada. Tal amor platônico está a poucos passos de se transformar numa obsessão que pode trazer severas consequências.

Dentro do filme temos um outro filme. Um filme mudo, que tem como personagens uma mulher cientista e seu marido, que decide experimentar uma das invenções da mulher, que seria um remédio para emagrecer, mas que na verdade acaba por encolhe-lo. Será que um romance pode continuar dessa maneira? Uma pessoa normal e a outra com a mesma altura de hamster? Bom, temos aqui uma idéia do que pode ser feito, e a poesia do negócio é altamente tocante, ainda que esteja incrustada numa cena extremamente erótica.

Ver esse filme e ficar um tanto hipnotizado pela história e pelas personagens. É sentir e compartilhar a tristeza com elas, mas sem nunca deixar de acreditar que a esperança existe.

31.5.08

cassandra´s dream

Cassandra´s Dream, 2008
Woody Allen

Não é um MATCH-POINT mas é mais uma prova que Woody Allen ainda é capaz de fazer filmes bons e sérios. Os maiores destaque do filme provavelmente são Colin Farrell, Ewan McGregor e Tom Wilkinson. Eles interpretam muito bem seus personagens, principalmente Farrell, que acaba surpreendendo.

A história é boa, só que o desenvolvimento deixa a desejar. Muita coisa acontece rápido demais e também temos um deus ex-machina violento em certo momento, culminando com um final um tanto abrupto.

Há uma femme fatale, há excesso de ciúmes, há loucura... enfim, é um Woody Allen de qualidade.

28.5.08

a nice movie

* eXistenZ, 1999
David Cronenberg

Este filme foi deixado de lado na época do seu lançamento pois teve o azar de ser lançado no mesmo ano de Matrix. Existem várias semelhanças entre eles, por exemplo, o fato de ambos tratarem do assunto REALIDADE. Pra mim, Matrix é um belo filme que visivelmente se concentra em criar cenas de ação empolgantes, e que acaba não dando a continuidade que o enredo merecia.

eXistenZ, por outro lado, possui poucas cenas de ação que em alguns casos são até mal feitas, porém ele tem um conteudo muito rico, que foi bem explorado pelo roteiro e foi muito bem trabalhado pelos competentes Jude Law, Ian Holm, Jennifer Jason Leigh e William Dafoe. Não dá nem pra comparar com Keanu Reeves e companhia, não é mesmo?

O fato é que o filme tem uma história intrigante.

Allegra Geller é uma criadora de jogos um tanto avançados, que necessitam que os jogadores possuam uma entrada no seu corpo (bio-porta) para poderem fazer parte desse mundo virtual, um verdadeiro escape da realidade.

Ela criou um jogo novo, provavelmente sua obra-prima, chamado eXistenZ e 12 pessoas são escolhidas para o primeiro teste. Mas antes que elas joguem coisas estranhas começam a acontecer. Allegra consegue escapar de um atentado contra sua vida, com a ajuda de um segurança, Ted Pikul. Os dois fogem e pra relaxar um pouco decidem jogar o eXistenZ. É legal a expectativa que é criada em torno do tal jogo, já que nós demoramos para conhece-lo. E quando isso finalmente acontece, tudo fica mais interessante. A atmosfera criada pelo tal jogo é muito boa, e assim como Allegra e Ted, nos sentimos lá dentro, vivendo os momentos de tensão que os personagens estão vivendo e assim como eles, acabamos por não ter certeza se o real é mesmo o real.

Quando tudo se encaminha para uma resolução óbvia, temos um TWIST que provavelmente vai surpreender a maioria, e vai fazer com que o resultado da obra como um todo seja melhor ainda.

25.5.08

etc, etc

* Coisas que perdemos pelo caminho, 2007
Susanne Bier

Uma história triste contada de uma maneira honesta, fugindo do melodrama barato. No começo o roteiro brinca com a linearilidade, deixando tudo mais interessante. Pena que essa estrutura não dura até o final. Temos uma ou outra cena que soam pouco originais, mas graças a competência de Benicio Del Toro e Helle Berry, dificilmente ficamos incomodados com isso.
Um filme que surpreende positivamente e que é capaz de fazer com que pensemos sobre nossas vidas.

23.5.08

O Melhor Amigo da Noiva

Apesar do ator Patrick Dempsey ser carismático e ter conseguido desempenhar um trabalho razoável, é díficil criar algum tipo de vinculo com o seu personagem, já que ele é extremamente rico, bonito e consegue pegar qualquer tipo de mulher a qualquer momento que deseja. Além disso, ele tem uma amiga de verdade, que sempre está disponivel para conversar, se divertir e etc. Soa muito artificial e isso atrapalha.

Essa comédia romântica demora a emplacar, se é que de fato chega a esse ponto. As tiradas cômicas em muitos momentos são um tanto deprimentes, parecendo piadas ruins e repetidas que ouvimos numa sala de colégio qualquer. Explorar em demasia cenas de humor pastelão também não é algo muito atraente.

É um clichê atrás do outro, com o pegador irremediavel que acaba descobrindo o amor verdadeiro justamente quando está prestes a perde-lo. Quando Joaquim Manoel de Macedo escreveu A Moreninha no século dezenove, esse assunto já deveria estar começando a ficar ultrapassado, imaginem agora.

O filme só ganha um pouco de graça quando o personagem principal é apresentado ao futuro marido do seu amor-eterno. Devido as diferenças culturais, por o tal rapaz ser escocês, temos os melhores momentos do filme, que eu garanto, não são muitos.

Melhor aguardar uma sessão da tarde do que gastar 8 pila.

22.5.08

Apocalypse Now Redux
Um dos grandes filmes de guerra de todos os tempos. Ele se destaca por se concentrar em como uma guerra desse tipo pode afetar a sanidade dos soldados, além de expor alguns dos motivos que fizeram os Estados Unidos sairem derrotados do conflito, como o excesso do uso de drogas e a falta de preparo psicológico.

Cenas marcantes estão presentes ao longo de toda a duração do filme. Temos o ataque dos helicopteros ao som de Wagner. Temos Robert Duvall e sua famosa fala: "Eu adoro o cheiro de napalm pela manha". Temos Martin Sheen, Marlon Brando...

Uma visita ao IMDB revela o quão foi complicado realizar o filme. Teve de tudo. Um tufão que destruiu o set, além da loucura atingir os próprios atores e realizadores, afinal, não deve ser fácil ficar 16 meses no meio de um pântano.

30.3.08

não morreu ainda!

- Meu céntesimo post! Uau. Nunca mantive um blog por tanto tempo assim. Tá certo que quando não estou de férias eu não atualizo ele constantemente, mas mesmo assim é algo digno de nota! Hehehe...

- Preciso falar umas coisinhas sobre um filme que vi ontem... um filme não, uma bomba. 1408. Uma adaptação de um livro de Stephen King que não deu muito certo. Não li esse livro de Stephen King, eu gosto de alguns de seus livros, mas se caso esse filme tenha sido uma adaptação fiel, provavelmente 1408 é uma das piores coisas que ele já escreveu.

O filme até que começa bem, mostrando o que Mike faz para ganhar a vida: Visitar e escrever sobre lugares supostamente mal-assombradas. Ele nunca realmente acreditou em coisas "além da imaginação", mas fica muito interessado em conhecer o quarto 1408 do hotel Dolphin. Talvez lá seja diferente.

O diretor cria uma expectativa imensa sobre esse quarto. Nós realmente ficamos com medo do que está atrás daquela porta. Quando finalmente acompanhamos Mike dentro do quarto começamos a nos decepcionar. Em poucos momentos o quarto conseguiu ser assustador, na maioria das vezes é algo digno de risos, provavelmente pela forçação de barra. É uma história muito mal construida, que dificilmente poderia chegar num final satisfatório... e realmente, não chegou.

O filme é tão fraco q estou sem vontade de escrever... um Abraço

22.3.08

mini-review: vantage point

Ponto de Vista, 2008
Pete Travis

Comecei o ano de 2008 com um filme bem meia boca. Ponto de Vista se inspira num clássico absoluto de Akira Kurosawa, Rashomon, mas infelizmente o diretor não consegue desenvolver nada de memorável.

Ponto de Vista é um filme que consegue divertir, mas é praticamente impossivel deixar de observar e de se incomodar com suas falhas.

A história aqui é a seguinte: o presidente dos Estados Unidos é alvejado por dois tiros enquanto iniciava um discurso no meio de uma confraternização mundial anti-terrorismo. O que faz Ponto de Vista ter um certo destaque, é que ele resolve desvendar esse acontecimento através de diferentes perspectivas, conseguindo dessa forma manter o público atento aos minímos detalhes, já que praticamente todos os personagens possuem algum tipo de conexão, geralmente, sem que eles saibam. É legal ver a mesma cena diversas vezes e em ângulos diferentes, dessa forma somos capazes de ter uma compreensão maior a respeito do fato. O problema é que isso acabou se tornando repetitivo, distanciando o filme de uma maneira abissal da qualidade de um Rashomon, por exemplo.

Se deixarmos de lado a constatação de que todos os mocinhos possuem células de super-man -já que eles apanham, se acidentam das maneiras mais impressionantes e saem andando numa boa -, poderemos aproveitar a maior parte do filme.

Me incomoda o excesso dos closes fechados e o ritmico frenético em cenas de perseguição de carro. Claro, tais cenas até conseguem gerar uma boa dose de adrenalina, mas elas não tem a mesma eficacia e classe de cenas de perseguição no estilo de Mad Max, Conexão França e etc. Mas ai era pedir demais.

Filme que não merece ser visto no cinema. A não ser numa quarta feira pagando a meia da meia.

2.3.08

review: The Nines


The Nines, 2007
John August

Breves comentários... Vi esse filme ontem e posso dizer que apesar de não ter me conquistado, é algo que vale a pena ser visto, pois além de ter um alto grau de originalidade, é um filme que jamais fica cansativo, apesar de não ser muito fácil de compreender.

Ele é dividido em três partes diferentes, mas que se relacionam. Cada parte é filmada com um tipo diferente de câmera(16 mm, digital e 32mm) e cada uma possui os mesmos personagens principais, só que em diferentes circunstâncias.

Na primeira parte, Ryan Reinolds interpreta um viciado que deve ficar preso dentro de sua casa. No segundo, ele é um roteirista de um seriado que enfrenta problemas no piloto. No terceiro, ele é um criador de video-games e está perdido em uma floresta.

Esse filme permite várias interpretações. Será que tudo é um jogo, um the sims mais sofisticado? Ou será que estamos apenas presenciando o trabalho de um roteirista que é o deus do seu mundo e faz tudo como quer? Não sei... Só sei que devemos procurar pelos 9!

Nota: 74

26.2.08

listas... top 20

Finalmente vou colocar minha lista dos preferidos de 2007. Faltou ver alguns filmes como Escafandro e a Borboleta, The Savages, Lars and the Real Girl... mas se eu for esperar vou colocar essa tal lista ano que vem.

FILMES PREFERIDOS

1.
Na Natureza Selvagem (Sean Penn) 94
2. Desejo e Reparação (Joe Wright) 93
3. Zodiaco (David Fincher) 92
4. Ratatouille (Brad Bird) 91
5. Once (John Carney) 91
6. The Man From Earth (Richard schenkman) 91
7. O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (Andrew Dominik) 90
8. Onde os Fracos Não Tem Vez (Irmãos Coen) 89
9. Sangue Negro (Paul Thomas Anderson) 89
10. 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Cristian Mungiu) 89
11. Ponte para Terabitia (Gabor Csupo) 89
12. Medo da Verdade (Ben Affleck) 88
13. Tropa de Elite (José Padilha) 88
14. Extermínio 2 (Juan Carlos Fresnadillo) 88
15. No Vale das Sombras (Paul Haggis) 87
16. Eu sou a Lenda (Francis Lawrence) 87
17. Preço da Coragem, O (Michael Winterbottom) 87
18. Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto (Sidney Lumet) 87
19. Sobrevivente, O (Werner Herzog) 87
20. Indomáveis, Os (James Mangold) 87


FILMES ODIADOS

1.
30 Dias de Noite
2. Beowulf
3. Piratas do Caribe 3
4. Estrada da Morte
5. O Reino

21.2.08

review: matrix


- Matrix, 1999
Irmãos Wachowski


Muito já foi discutido sobre Matrix, dificilmente meus comentários acrescem alguma coisa. Mas é que recentemente li um livro que supostamente explicaria algumas questões filósificas propostas pelo filme, além de possuir referências a diferentes culturas religiosas e isso me deixou com vontade de ver o filme novamente. Ah, o livro é uma bosta, já que é uma coletânea de textos muito mal organizada, repetitive, escrito por pessoas que não sabem escrever agradavelmente e que em geral procuram chifres em cabeça de cavalo.

Mas enfim, quanto ao filme... olha, posso dizer que ele não é tudo isso. Ele não está ao lado de clássicos de ficção científica como Blade Runner, 2001: Uma odisseia no espaço, Alien, e etc. Digamos que ele propõe uma ideia bem interessante. Seres humanos vivendo num mundo chamado matrix, que não passa de algo criado por máquinas e que existe apenas na cabeça das pessoas, que estão servindo de combustível para essas máquinas. Isso proporciona várias possibilidades de discussões, envolvendo a realidade, o quão longe pode chegar a ganância do homem ao criar robôs cada vez mais evoluidos e assim por diante. Isso tudo misturado a cenas de ação que pode-se dizer serviram de influências para vários filmes depois desse. Até hoje aquela sequência de ação na qual Neo e Trinity entram no prédio onde estão os agentes e Morpheus tem um forte impacto. Não tanto que nem na época, é claro. O fato de Neo conseguir se libertar do mundo dos sonhos funcionar como uma alegoria do mito da caverna de Platão também é digno de aplausos, por permitir que um filme totalmente conectado com a cultura pop ao menos cite algo profundo, ainda que superficialmente.

Mas nem tudo são flores. Existem muitos diálogos interessantes, que até podem nos fazer refletir, mas a maioria soa forçado. Sabe quando você não aceita que tal personagem em tal situação fale tal coisa? Pois é, isso acontece muito em matrix.

É louvavel o filme CITAR filosofia. Mas ele jamais pode ser considerado algo profundo em relação a isso. Não sei se os irmãos Wachowski pretendiam fazer dele algo sério nesse sentido, se sim, erraram feio. Matrix nada mais é que um belo exemplo de filme de ação, com uma ideia central instigante, mas que soa um tanto superficial quando tenta discutir suas ideias.

Talvez Matrix se torne um clássico devido a imensa quantidade de fãs espalhados ao redor do globo. Mas ele não é um grande filme.

Nota: 79

17.2.08

review: noise

Passando dos Limites, 2007
Henry Bean

Acredito que esse filme será lançado direto em vídeo no Brasil, o que é uma medida correta, já que ele jamais arrastaria multidões para uma sala de cinema. Talvez porque ele pareça um filme independente, mesmo tendo atores famosos no elenco. Talvez porque ele seja um bom filme, porém um tanto dispensável. Você decide!

Eu vi o filme ontem e posso dizer que me diverti bastante assistindo, mas agora ele já está sendo esquecido. É exatamente isso o que ele vai proporcionar. Diversão momentânea, sem compromisso.

Teve momentos que eu achei que o filme estava se levando a sério demais, o que seria um erro, mas acho que a última cena foi suficiente para mostrar que era um filme funcionou muito mais como uma brincadeira, do que como um tipo de protesto de verdade.

A premissa dele é suficientemente boa para nos segurar na frente da tela aguardando um bom desfecho. David Owen é um cara que mora na "capital do mundo", Nova Iorque, e aos poucos ele vai ficando louco com tanta poluição sonora que existe na cidade, principalmente devido a alarmes de carros. O barulho o atrapalha em diversas situações, como quando ele vai colocar a sua filha para dormir, quando tentar ler Hegel ou também no momento em que ele está conseguindo fazer sexo com sua mulher. A situação fica tão desesperadora que ele resolve agir. Aí começa toda a graça do filme. David Owen representa o sonho de muitas pessoas se tornando realidade. Quem não queria pegar um taco de baseball e destruir um carro cujo alarme toca por mais de 3 horas numa madrugada de dia de semana? É extremamente reconfortante ver alguém fazendo algo a respeito, ainda que em filme. Outro bom ponto do filme, é quando ele mostra uma cena de diferentes formas, uma mostra o que David realmente fez e a outra mostra o que ele deveria ter feito. Risadas garantidas.

O filme depois argumenta que não devemos sair por aí destruindo carros, então a medida mais correta é fazer um plebiscito. Mas será a mais funcional?

David Owen se pergunta porque as pessoas que fazem tanto barulho são indiferentes com os demais cidadãos. Pois é, eu também me pergunto isso. Quantas vezes já não fomos importunados por um alarme disparando de madrugada? Teoricamente é uma coisa pequena, mas se a gente somar todas as coisas pequenas que nos irritam, tudo pode ficar mais sério: Os motoristas barbeiros, os motoristas que colam na traseira, os cachorros que cagam no meio da calçada, os operadores de telemarketing, os panfleteiros... enfim, é um sem número de situações que tem o poder de irritar qualquer um. Somos fortes para conseguir não ligar tanto para isso. Agora,o que aconteceria se todos fizessem que nem David Owen? Caos ou tranquilidade?

A duração é extremamente curta, mas acho que foi o suficiente para desenvolver razoavelmente bem a história. Para tentar vender o filme tem uns dialogos picantes no meio de um sexo a três. Não, não vemos o ato em si.

Só não entendi o motivo da câmera tremida. Acho que é porque o diretor quis dar ao filme um ar de documentário, para parecer algo um tanto real. Esse aspecto não funcionou muito bem.

Nota: 70





16.2.08

review: the darjeeling limited

.: Viagem a Darjeeling, 2007
Wes Anderson



É evidente que Wes Anderson se preocupou mais com o estilo do que com o conteúdo em Viagem a Darjeeling, mas ainda assim, ele consegue realizar um filme admirável, mais acessível e muito melhor do que seu último trabalho, A Vida Aquática com Steve Zissou.

Acredito que com exceção de Os Excentricos Tenembauns, os outros filmes de Wes Anderson são impossiveís de encantar, de nos fazer morrer de amores por eles, porém também é impossível não se admirar com as qualidades que esse cineasta possui. Digamos que ele é um dos poucos oasis de originalidade no deserto da falta de criatividade, mas isso não é garantia que ele sempre realize obras-primas.

Viagem a Darjeeling é um filme que funciona, que talvez agrade a maioria, mas que tem mais chances de cair no ostracismo do que ser reconhecido como um dos melhores filmes de Wes Anderson, papel ocupado por Excentricos Tenembauns e Rushmore.

Aqui somos apresentados a três irmãos, que desde o funeral do pai, há mais de 1 ano, não se viam. Eles decidem partir para um tipo de viagem espiritual na India, afim de se aproximarem um pouco mais, já que eles praticamente se tornaram estranhos. Como em todos os seus filmes, Wes Anderson cria personagens com características peculiares, tanto fisicamente, como psicologicamente. O irmão mais velho passa a história inteira com vários curativos no rosto, devido a um acidente que quase o matou. Ele também possui uma indole um tanto dominadora, parecendo um pai autoritário. O irmão do meio está prestes a ter um filho, e acaba se distanciando da mulher, desejando até mesmo que ela pedisse o divórcio. Por fim, o irmão caçula acaba de terminar com a namorada e demonstra um ciume possessivo ao verificar a caixa de mensagens da ex sempre que possível, já que ele possui a senha, sem que ela saiba.

Essa idéia da jornada espiritual feita para tentar unir os três irmãos é boa, mas acaba sendo uma temática não muito bem desenvolvida, um tanto seca. É difícil a gente se conectar com algum personagem, o filme inteiro eles parecem estranhos, o que sempre dificulta a apreciação.

As cenas de câmera lenta tão características do diretor estão presentes, sempre com imensa habilidade. A bela trilha sonora escolhida a dedo também é um dos pontos positivos. O que dessa vez não funciona tanto é o humor um tanto depreciativo que se espalha por algumas cenas. Quer dizer, o humor de Wes Anderson é tão peculiar quanto o dos irmão Coen, só que em Viagem Darjeeling dá para contar nos dedos as possíveis risadas. Fato esse que me deixa assustado quando vejo esse filme sendo vendido como uma comédia, como se alguém fosse engasgar de tanto rir.

Esperava mais. Mas no todo foi uma boa experiência.

Nota: 70

pequenos comentários

Debi e Lóide - 1995
Uma das minhas comédias preferidas. Jeff Daniels e Jim Carrey fazem uma dupla de protagonistas non-sense ingenuos com uma quimica fantastica. É basicamente um road-movie de risadas, com várias situações engraçadas e ainda tem uma traminha mais séria por trás, nada que não faça parte da brincadeira ou seja pretensioso, devo dizer. Jim Carrey já se mostra totalmente a vontade como ator principal, fazendo qualquer um rir bastante. A trilha sonora foi muito bem escolhida também. Um clássico.

Beowulf - 2007
Porra. SIMPLES ODIEI esse filme. O fato dele ser uma animação deixou tudo muito pior, parecendo coisa de criança, apesar da violência do filme. Em nenhum momento esse filme me parece algo autentico, algo que quisesse ser alguma coisa. Ele tem menos de duas horas, mas elas custaram a passar. A única coisa boa do filme é o assustador e digno de pena Grendel, que parece um primo distante do Gollum. De resto... po, era pra esse tal de Beowulf ser uma lenda, um mito, mas as coisas acontecem de uma forma estranha, e o cara não passa de um fortão, que fala alto demais e que não tem nenhuma virtude, a nao ser a coragem. Como vou me importar com um cidadão assim? A lenda dele não significou nada pra mim, e isso com certeza me fez gostar menos ainda do filme.

Teve mais coisa patética... Porra, o que eram as poses do Beowulf nu? Parecia uma imitação piorada de 300. Meu deus, que desperdicio de tempo. Que desperdicio de talento do nosso amigo Robert Zemeckis. Po, um cara que fez De Volta para o Futuro, Forrest Gump e O Naufrago não poderia ter decaido tanto.

To tentando lembrar de alguma outra coisa boa.. fora o Grendel... talvez a Angelina Jolie... bah, nao sei. Bizarro.

15.2.08

preview... livrin e news...

.. Quero registar aqui os filmes de 2008, 2009, 2010 que estou realmente afim de ver. Lá vai.

- The Happening
É o novo filme do Shyamalan e isso já o suficiente para despertar interesse. Mas o Shyamalan está em dívida com o bom cinema, já que para mim o último filme de: A Dama na Água foi uma bosta. Não concordo que o único grande filme dele é O Sexto Sentido como muitos críticos dizem por ai. Sinais, Corpo Fechado e até mesmo A Vila são acima da média.

O enredo não é muito diferente de Sinais. A diferença que aqui a crise que atinge a humanidade é um problema natural. E eu gostei do slogan do filme: We've Sensed It. We've Seen The Signs. Now... It's Happening. Fazendo referências a Sexto Sentido e Sinais. Jóia.

- The Road
Esse é o filme que mais aguardo. Por no minimo quatro excelentes motivos. É uma adaptação do fantástico livro de Cormac McCarthy chamado A Estrada e parece que adapatar os livros dele é um bom negócio, vide Onde os Fracos Não Tem Vez. A história é sobre um pai e um filho tentando sobreviver num mundo destruido provavelmente por uma guerra nuclear.

Outros dois motivos fortes: Viggo Mortensen fara o PAI. E este é um ator que vem melhorando ano a ano e me parece perfeito para o papel. Sem falar no diretor, John Hillcot que mostrou uma habilidade fora do comum no filme A Proposta, um western fantástico do começo ao fim. Nesse filme o diretor conseguiu colocar um ritmo contemplativo, aproveitando bem os cenários, sem deixar chato. Se conseguir repetir o feito, A Estrada tem tudo para ser um filme excelente.

Só espero que o roteirista seja fiel a obra.

- Leatherheads
Uma comédia romântica envolvendo o futebol americano nos anos 20, dirigida e estrelada por George Clooney... já é suficiente para mim.

- WALL-E
Um desenho que promete muito, pois além de ser uma produção do mesmo pessoal de obras como Toy Story, Procurando Nemo e etc, a história parece ser excelente, mas é melhor não falar especificamente sobre ela, já que pode rolar uns spoilers. Reza a lenda que o filme vai ter bem pouco dialogo, o que pode desanimar a maioria do público. Ou não.

14.2.08

review: the usual suspects

* Os Suspeitos, 1995
Bryan Singer



Só um pequeno comentário a respeito desse surpreendentemente grande filme. A principio devo dizer que ele tem uma daquelas historias que te prende do começo ao fim, mas para que haja esse interesse você não pode ver o filme passivamente, não! Tem que prestar atenção, pois temos muita informação partindo de uma conversa entre um suspeito e um policial e se ficar atoa podemos perder o rumo dos acontecimentos.

Tudo começa com um violento crime ocorrido em um barco. Vários mortes, várias perguntas, nenhuma resposta! A policia conduz uma investigação para tentar descobrir qual o motivo que cerca esse estranho acontecimento. Quem tem a função de ajudar a policia é um dos suspeitos de ter cometido o crime, o problema é que ele parece ser um tanto "bobo"...

Esse filme tem uma atmosfera interessante, me fez lembrar muito Cães de Aluguel, ainda que com menos sangue. Ambos os filme tem muita coisa em comum, uma delas é que tanto em um quanto em outro um personagem conta uma história impactante, e no caso de Os Suspeitos essa historia é sobre como a família de Kayser Sose deixou de existir.

Temos um belo exemplo de um roteiro bem amarrado, com dialogos muito bem trabalhados e que motiva o espectador a pensar sobre o que está acontecendo.

O desfecho na teoria era pra ser surpreendente, creio que quando foi exibido, em 95, realmente foi, tanto que ele foi escolhido pelos usuarios do IMDB como o filme com a maior reviravolta da história... o fato é que hj existem coisas bem parecidas por ai, e isso faz com que a gente consiga adivinhar o final antes que ele chegue. Queria ter visto eses filme antes! Mas mesmo assim, é algo excelente.

Nota: 84


13.2.08

review: hairspray

* Hairspray, 2007
Adam Shankman



Eu tinha quase certeza que não ia gostar desse filme, pois além de ser um musical tava me parecendo algo infantil demais, sei lá, um High School Musical da vida. Eu estava totalmente enganado!

Hairspray é uma excelente diversão, do começo ao fim. Quase todas as musicas do filme são cativantes e tem umas que podem até grudar na cabeça. Digamos que o enredo em si é um tanto bobinho... uma menina gorda que quer entrar para um programa musical e acaba sendo rejeitada no começo, mas depois vai mostrar que conhece o assunto. Só que o filme conta com uma fotografia extremamente colorida e com uma animação fora do normal, o que faz tudo ficar parecendo com um tipo de conto de fadas, o que devo dizer, me agradou. É um filme totalmente fora da nossa realidade atual, pois quase que todas as pessoas se entendem, quase todos se gostam e os "maus" acabam nem sendo tão maus assim. E é bom sonhar as vezes, não acham?

Além desse ar encantador e nostálgico de ingenuidade, há espaço para uma ou outra discussão mais séria, como a forma com que a imprensa manipula certas informações de acordo com suas vontandes e também temos uma pequena amostra de como o racismo começava a perder força para alguns americanos nos anos 60.

Nota: 85

12.2.08

review: sweeney todd

* Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, 2007
Tim Burton

Os aspectos positivos são bons o bastante para fazer com que se goste desse filme. Tim Burton cria um ambiente assustadoramente macabro numa Londres mais fria do que de costume. Criação de cenários assim é uma característica de Tim Burton, e novamente ele faz com muita qualidade. Conhecemos o personagen Sweeney Todd, que ficou 15 anos na prisão e volta um tanto diferente. Volta querendo se vingar daqueles que o colocaram lá injustamente. Mas não é qualquer vingança, é uma do tipo: "Vou fazer o barbear mais rente da sua vida". Taí outra coisa boa do filme, o sangue. MUITO SANGUE. Digamos que Tim Burton não desvia a câmera em nenhum momento, e isso proporciona cenas dignas de um gore, mas com uma beleza impressionante. Até tem um ou outro número musical contagiante, como aquele do duelo entre os dois barbeiros, o que pra mim é o ponto alto do filme.

Pois é, ter um ou outro número musical bom num filme musical não é a a melhor coisa do mundo. Nem acho que TODOS os atores cantaram mal como andam dizendo, Johnny Depp e Helena Bonham Carter se saem bem nas cantorias, o problema é que elas não empolgam muito, não conseguem fazer com que a gente se sinta no clima. Fiquei com a impressão que esse filme não foi planejado para ser um musical, e que Tim Burton quis apenas aparecer... posso estar errado, mas enfim.

Outra coisa que atrapalha muito é que falta alma para o filme. Tim Burton provavelmente se contagiou com a frieza da fotografia e a transmitiu pros personagens e pra história em si. O final era para ser catártico, uma tragédia grega a lá Sófocles, mas não consegui me importar muito, tudo porque faltou envolvimento.

Um bom filme, de fato. Não mais do que isso.