9.2.08

in the valley of elah.

* No Vale das Sombras, 2007
Paul Haggis



Não esperava muita coisa do filme, o que foi bom, pois acabei gostando bastante.

Apesar da guerra no Iraque ser algo importante em diversos aspectos, este assunto já estava um tanto saturado para mim, principalmente devido aos vários filmes recentes que abordam o conflito e também por já sabermos que se trata de uma guerra travada basicamente para que os EUA continuem sendo os EUA.

O interessante é que o filme tem um roteiro no qual a guerra do Iraque é extremamente importante, já que todos os acontecimentos se originam de fatos ocorridos nela, porém ela praticamente não é mostrada, mesmo porque 98% da história se passa nos Estados Unidos.

Logo no início somos apresentados a Hank, um ex-militar obsessivo por organização, que acaba de receber uma ligação do exército, pela qual é informado que o seu filho está AWOL(ausente sem licença) e nos Estados Unidos. Ele estranha, pois se o seu filho estivesse voltado ele saberia. Hank sai em busca do rapaz e aí que as coisas começam a acontecer.

É engraçado que desde o começo pensamos que se trata de um filme excessivamente patriota, mas isso é apenas o reflexo do personagem principal, que aos poucos vai descobrindo que as coisas não funcionam da forma como ele acha que deveriam funcionar.

Há um tom racista em alguns personagens, até mesmo em Hank, que ao xingar um desafeto, prefere se focar no fato dele ser mexicano. É a forma que Paul Haggis escolhe para nos mostrar todo o preconceito existente em seu pais, algo que ele já tinha trabalhado com mais profundidade em Crash.

As questões relativas aos procedimentos dos soldados, tanto no Iraque, como em qualquer outro lugar, são verdadeiras e perturbadoras. Geralmente, eles acabam tendo que fazer coisas que trazem um remorso praticamente eterno e as pessoas em geral acabam os tratando como imbecís por seguir tais ordens, mas como nos procederiamos se tivessemos no lugar deles?

Para finalizar, Tommy Lee Jones parece vinho. A experiência tem sido boa para ele, assim como é para mestres como Clint Eastwood. Ele consegue se destacar interpretando um personagem normal. Quer dizer, quem se destaca é realmente o ator e não a criação do roteirista. Não é dificil chamar a atenção interpretando algo como Truman Capote, Jack Sparrow, e etc, que são extremamente peculiares.

Eu estava gostando bastante do filme, mas a cena final me fez gostar mais ainda. Foi uma forte critica, apresentada de uma maneira inteligente, fazendo uma oposição com uma cena bem do começo do filme, genial.

Nota: 87