8.7.08

review: paranoid park

Paranoid Park, 2007
Gus Van Saint


É inegável que Gus Van Saint faz parte da vanguarda do cinema moderno. Ele é um diretor que jamais pensa no lucro que seus filmes podem gerar. O que ele faz é pegar histórias um tanto complicadas e muitas vezes polêmicos e empregar um estilo próprio de fazer cinema para conta-las. Paranoid Park é um filme sobre Alex, um garoto que gosta de andar de skate e que tem a sua vida mudada para sempre devido a um ato impensado.

Em seus últimos filmes, como Gerry, Last Days e Elefante, ele visivelmente exagera em seus experimentalismos, muitas vezes temos a impressão de estarmos diante de um mero exercício de estilo, ainda que seja algo interessante de ser visto, na maior parte do tempo. Em Paranoid Park, Gust Van Saint encontrou um equilíbrio entre seus requintes técnicos e o desenvovimento da história e de seus personagens. Um exemplo disso é a cena na qual vemos Alex tomando banho. Vemos o seu rosto e a água caindo do chuveiro por um bom tempo, em slow motion. É legal ver a água assim, mas além disso, é uma cena importante que mostra toda a angustia que o pesronagem está sentindo.

Alex é um rapaz um tanto calado, mas que quando fala sempre tem alguma coisa interesante para dizer. Mas ele é mais daqueles que agem ao invés de falar.

Temos uma investigação e os suspeitos são os skatistas. Sabemos que Alex fez alguma coisa grave. Aos poucos vamos descobrindo o que foi e demora um tempo até entendermos como ocorreu o fato. Essa demora ajuda a criar um certo mistério para saber o que realmente aconteceu, e quando temos a resposta ela é algo bem impactante.

Paranoid Park é um filme forte, pois é sobre um jovem que passa a viver com uma culpa enorme, pois toma atitude despretensiosa que acaba virando em algo catastrófico.

Gus Van Saint conseguiu realizar um filme que talvez possa ser chamado de filme de arte e que é bem acessivel.