24.1.08

the kingdom.

* O Reino, 2007
Peter Berg

Peter Berg está a cada novo filme confirmando que é um diretor meia-boca. Será que lhe faltam qualidades ou será que ele escolhe mal alguns roteiros que dirige? Tem gente que gosta do filme "Friday Night Lights". Eu não sou um desses. Mas gosto bastante da série, cujo piloto foi dirigido por ele, alem de ter escrito a maioria dos episódios.

Mas vamos falar do Reino. É um filme ruim? Sim! É horrível ao ponto de merecer ter todas suas copias queimadas? Não! O filme começa bem promissor, fazendo um resuminho sobre as relações entre os EUA e alguns paises muçulmanos, relação essa baseada no petróleo, é claro. Logo depois, temos um ataque terrorista a uma região americana que fica dentro da Arabia Saudita. WOW. Meu interesse crescia progressivamente. O problema é que apartir dai o filme desanda e começa a tomar o rumo do buraco. Eu explico porque.

Os Estados Unidos decidem enviar para o lugar um time do FBI composto por quatro pessoas, cujas funções especificas eu ainda não compreendi direito, mas eles tem a missão de descobrir quem está por trás do atentado terrorista. Tirando o personagem vivido por Jamie Foxx, o resto não convence de forma alguma como agentes do FBI. Parece uma brincadeira de mau gosto acreditar que uma investigação tão importante está nas mãos de pessoas que não passam nenhuma confiança ou imponencia que um agente do FBI geralmente tem. O que acontece aqui parece mais uma ida a um parque de diversões ou a uma lan-house para um jogo de CS. Há tiros e piadas. Geralmente piadas toscas. Quando o filme parece que está ganhando ares de sobriedade, lá vem uma piadinha infame para estragar tudo.

E as investigações para tentar achar o culpado? Deus. Parece que o roteirista de O Reino nunca viu um filme policial bom na vida. É uma enrolação sem tamanho. Parece que eles estão indo do nada a lugar nenhum, e quando conseguem algo é extramemente repentino, sem coerência, com evidencias parecendo coisa de criança, literalmente.

As cenas de ação são as poucas coisas interessantes do filme, mas com ressalvas. O ataque terrorista, como já falei, é filmado de um jeito bem competente e até mesmo assustador. Mas o resto é basicamente uma repetição. E a insistencia do diretor pela camera tremida e pelo excesso de cortes deixa tudo pouco elegante e chato.

Os muçulmanos, como é de praxe em filmes americanos, são representados de uma forma bem caricatural, assim: "eles são loucos fanáticos sem propósitos, querem apenas nos matar, nós, pobres e bondosos americanos". Mas têm uma cena legalzinha que mostra um muçulmano normal, fazendo suas preces para Alah e não tendo nenhuma bomba presa ao corpo. Claro que esse muçulmano bonzinho é justamente o que faz amizade e ajuda os americanos. Que surpresa!

Temos aqui ótimos atores, uma ótima trilha sonora, que acredito eu, é feita pela banda instrumental explosions in the sky, a mesma de friday night lights. Infelizmente só isso não bastou para o salvamento do filme.