22.1.08

no country for old men, pela segunda vez.

* Onde Os Fracos Não Tem Vez, 2007
Irmãos Coen

Já fazia alguns dias que eu planejava rever Onde os Fracos... e finalmente consegui. Devo confessar, o que já tinha sido uma experiência incrivel, se tornou ainda melhor. Senti que precisava escrever mais algumas coisinhas sobre o filme.

Onde Os Fracos Não Tem Vez é um filme que tem a capacidade de deixar qualquer ser humano absorto num transe viciante. Você fica hipnotizado com o que está acontecendo, e adivinhe, quer sempre mais.

Existem certos diretores que tem estilo próprio, quer dizer, quando você vê um filme de Tarantino, você sabe que é ele sem mesmo ver os créditos. Quando você um PTA, é fácil reconhece-lo. Os irmãos Coen também ficam nesse patamar. Eles são diretores que fogem do convencional, sem apelar para algo fantasioso. Eles usam uma história relativamente comum, mas a apresentam sempre com originalidade, fazendo o interesse de quem assiste aumentar cada vez mais.

Nessa adaptação do livro de Cormac McCarthy, acompanhamos os atos de três pessoas, completamente diferentes uma das outras. Temos um BOM, um MAU e um.... feio? Não. Não segue(no titulo) o mesmo prisma da obra-prima de Sergio Leone. O terceiro personagem é um homem como a maioria, que transita pela fina linha que separa o certo do errado, geralmente para cuidar dos seus próprios interesses. Esse personagem é representando com uma competente intensidade pelo ex-goonie Josh Brolin. Enquanto caçava veados ele encontra 2 milhões de dólares num local onde houve uma negociação envolvendo drogas que deu errado. Mas é um dinheiro maldito, e quem está ferozmente atrás dele é o total bad-ass Anton Chigurh, interpretado por Javier Bardem.

Anton Chigurh é mal. É perigoso. Ele sabe como agir. Sabe onde procurar sua presa, sabe como fazer e não tem medo de atacar. Javier Bardem consegue assustar sem precisar fazer caretas ou gritar, coisas que acabam transformando vilões em algo caricatural. Não. Ele imprime muita altivez e classe ao personagem, que fala manso e com convicção antes de executar sua próxima vítima e isso o deixa mais aterrorizante do que já seria só pelo seu penteado.

O filme se resume nisso. Uma perseguição infinita. O gato e o rato. Papaléguas e coiote. Mas é um trabalho dos irmãos Coen. Temos vários minutos sem diálogos algum, e as cenas são eletrizantes, cheias de tensão. Uma tensão angustiante. Sabemos que a qualquer momento ALGUMA COISA pode acontecer, mas temos que passar por essa espera, que serve para valorizar o BUM.

Finalmente, um filme basicamente sem falhas, com um final em aberto que pode não agradar alguns, mas que no ponto de visto era o melhor a se fazer.